A Rota Bioceânica, projeto grandioso e muito aguardado pelos países da América do Sul, já está sendo construída e, além de promover a expansão comercial e econômica das regiões envolvidas, deve alavancar o turismo e beneficiar também locais como a comunidade Zigurats, reconhecida como o segundo ponto mais conhecido de Mato Grosso do Sul. 

A afirmação foi feita pela coordenadora de Pesquisa da Associação Dakila, núcleo Paraguai, Juliet Sarai, que esteve em Campo Grande na semana passada para participar do 1º Fórum “A Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico”, organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e realizado pela Assembleia Legislativa em conjunto com o Governo de Mato Grosso do Sul, a Frente Parlamentar Internacional do Corredor Bioceânico, a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (ASSOMASUL) e o Itamaraty.

“Zigurats é nossa pérola. Mato Grosso do Sul está muito comprometido com este projeto do Corredor, é parte organizadora, coordenadora do que é a Rota Bioceânica. Então, é muito interessante, porque é uma iniciativa forte, e isso vai ajudar também o Zigurats, que é o segundo lugar mais conhecido de Mato Grosso do Sul. Imagina com a Rota Bioceânica?”, questionou ela. 

A Comunidade Zigurats, a terra do “ET BILU”, fica localizada no município de Corguinho, distante 98 quilômetros de Campo Grande. O local tem uma vista privilegiada e conta com dezenas de casinhas redondas e o Centro Tecnológico Zigurats (CTZ). Começou a ser construída entre 1999 e 2000 pela Associação Dakila e hoje conta com diversos apoiadores e já faz parte da rota turística de Mato Grosso do Sul, sendo visitada por pessoas do Brasil e do Mundo. 

Juliet acredita que o local deve ficar ainda mais popular com a concretização da Rota Bioceânica, que vai criar novas possibilidades para o setor turístico. 

Ao participar do Fórum ela parabenizou Mato Grosso do Sul pelo empenho no projeto e lembrou que a proposta do Corredor vai de encontro a outro projeto importante, o desenvolvimento do Caminho de Peabiru, ponto turístico paraguaio. 

“Para mim foi uma grande surpresa, alegria e satisfação participar desse evento porque estamos desenvolvendo o Tape Aviru Paraguai, através do presidente Urandir Fernandes Oliveira, do Sistema Dakila. O projeto tem a ver com o caminho de Peabiru, como é conhecido aqui no Brasil. Estamos desenvolvendo um projeto para unir culturalmente esses países, que são Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil, e agora, com essa Rota Bioceânica - um projeto muito grande que propõe abrir as portas desses países para o comércio, para a integração e também a parte cultural - isso pode ser alcançado. É um grande passo positivo e tem a ver também com os nossos objetivos”, explicou. 

Juliet aproveitou para convidar a população a conhecer o projeto da Rota Bioceânica e o caminho turístico de Peabiru. 

“É muito emocionante tudo isso aqui, porque é um passo muito importante e convido as pessoas a conhecerem mais sobre a história do Peabiru, Tape  Aviru, que se interessem mais pelo que vai ser a Bioceânica, que investiguem, que busquem conhecimento, porque dentro disso está toda história que nós compartilhamos juntos”, disse. 

Presente no Fórum, o diretor cultural da Associação Colônia Paraguaia, Ricardo Cafure, que integrou a comitiva do governo de Concepción no evento, também destacou os benefícios da Rota Bioceânica para o turismo e a cultura. Nascido em Concepción e morador de Campo Grande, ele afirma que o corredor já está trazendo benefícios para os dois setores. 

“Achei esse evento muito importante porque deu oportunidade de aproximar os municípios. A Rota é uma grande área de influência. Essa rota turística vai passar por Campo Grande, Bonito, Porto Murtinho, Chaco paraguaio - onde estão as colônias Menonitas -, puxando um pouco para Concepicion, que também faz parte da Rota e ainda tem as pontes. Com isso, já podemos começar a fazer turismo, uma coisa imediata. O grande atrativo da Rota Bioceânica é que ela vai atravessar os Andes e só esse fato já justifica uma viagem para o pacífico. E cada país tem seus atrativos e, por isso, abre-se um horizonte muito grande para nós”, disse ele. 

O Fórum, realizado na Assembleia Legislativa de MS nos dias 26 e 27 de maio, reuniu autoridades de vários países e tornou-se um marco para a integração sul-americana. Durante o evento foram assinados convênios de Cooperação Comercial, Econômica e Produtiva entre Municípios do Norte do Chile, Norte da Argentina, Chaco Paraguaio e Mato Grosso do Sul, Brasil; e o de Cooperação Institucional para a Constituição de um Comitê de Promoção Turística entre Municípios do Norte do Chile, Norte da Argentina, Chaco Paraguaio e Mato Grosso do Sul, Brasil.