SAÚDE / PRÉ-EXPOSIÇÃO CONTRA O HIV
Comissão avalia inclusão da PrEP injetável no SUS
Nova tecnologia pode substituir uso diário de comprimidos por injeções bimestrais e ampliar proteção contra o HIV
17/09/2025
08:00
AGÊNCIA BRASIL
MARIA GORETI
Anvisa aprova Cabotegravir, primeiro medicamento injetável para prevenção do HIV @GSK
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) iniciou a avaliação para possível inclusão da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) injetável no SUS. Atualmente, a profilaxia é oferecida exclusivamente na forma oral, com comprimidos de uso diário.
A PrEP é indicada para pessoas com maior risco de exposição ao vírus HIV e tem se mostrado altamente eficaz na prevenção da infecção. A nova versão, aplicada a cada dois meses, utiliza o medicamento cabotegravir, aprovado pela Anvisa como a primeira PrEP injetável de longa duração no país.
Mais proteção e adesão
O parecer da Conitec é o primeiro passo para que qualquer nova tecnologia seja incorporada ao SUS. A comissão avalia evidências científicas, custo-benefício e realiza consultas públicas antes de aprovar ou rejeitar a adoção pelo sistema público de saúde.
O pedido de avaliação foi feito pela farmacêutica GSK, com apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia. A proposta é reforçada por dados do estudo ImPrEP CAB, conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em seis cidades brasileiras.
A pesquisa envolveu 1.400 participantes e revelou que 83% preferiram a versão injetável ao invés dos comprimidos. Entre os que optaram pelo cabotegravir, 94% compareceram às aplicações dentro do prazo, mantendo-se protegidos durante todo o período. Nenhum participante que usou a injeção foi infectado pelo HIV.
Em comparação, os usuários da PrEP oral estiveram protegidos por apenas 58% dos dias de acompanhamento, e ao menos uma infecção foi registrada nesse grupo.
Crescimento de usuários e infecções
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de pessoas utilizando a PrEP no SUS chegou a 119 mil em 2025. No entanto, os dados do último boletim epidemiológico anual mostram que o total de novas infecções por HIV cresceu em 2023, com 46.495 casos notificados — cerca de 2 mil a mais que no ano anterior. Mais de 40% dos casos ocorreram entre homens de 20 a 29 anos.
Apesar do aumento nas infecções, o país registra queda na mortalidade por aids. Entre 2013 e 2023, a taxa de óbitos caiu 32,9%, reflexo dos avanços no diagnóstico e no tratamento antirretroviral.
Caso a Conitec aprove a incorporação, a PrEP injetável poderá ser disponibilizada em unidades do SUS, ampliando as estratégias de prevenção combinada contra o HIV no Brasil. A decisão final será tomada após as análises técnicas e a realização de consulta pública.
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