O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que enviará ao Congresso, nesta sexta-feira (12), o Projeto de Lei do Futebol Feminino, com o objetivo de promover igualdade de condições entre as modalidades masculina e feminina, além de combater o machismo, a discriminação e a violência contra mulheres no esporte.

A declaração foi feita durante recepção à Seleção Brasileira Feminina de Futebol, campeã da Copa América 2025, no Palácio do Planalto, em Brasília. O Brasil venceu a Colômbia nos pênaltis (5 a 4), após empate em 4 a 4 no tempo normal, no último dia 2 de agosto.

“O projeto vai garantir às organizações de futebol feminino os mesmos direitos e benefícios conferidos às equipes masculinas, inclusive em relação aos recursos financeiros”, destacou o presidente.

Incentivo desde a base

O PL prevê medidas para fortalecer a formação de jogadoras, com estímulo à criação de parcerias entre escolas, universidades e clubes de futebol, além de regulamentar direitos trabalhistas das atletas, especialmente em situações como a gravidez.

Segundo o ministro do Esporte, André Fufuca, a proposta também estabelece que clubes das quatro divisões do futebol brasileiro só poderão manter até quatro atletas amadoras em seus elencos femininos, medida que visa acelerar a profissionalização da modalidade.

“Com esse projeto, queremos garantir que todas as atletas tenham direitos assegurados, desde a base até o alto rendimento”, afirmou Fufuca.

Universidade do Esporte

Lula também revelou planos para criar uma Universidade Federal do Esporte, voltada ao aperfeiçoamento de atletas e profissionais do setor. A instituição deverá contar com apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e de outras entidades esportivas.

“Vamos fazer um grande evento para anunciar essa universidade. Queremos transformar o Brasil em uma referência na formação esportiva”, declarou o presidente.

Apoio à modalidade

Durante o encontro, a goleira Claudia Luana, do Fluminense-RJ e da seleção, falou sobre a emoção de representar o país:

“Vestir a camisa da seleção e ganhar um título é um sentimento único, difícil até de descrever.”

Já a coordenadora técnica da CBF, Cristiane Gambaré, reforçou a importância da união entre governo, estados e federação:

“Precisamos entregar um grande evento em 2027, quando o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol Feminino. O apoio do governo federal é fundamental.”

Atualmente, cerca de 80% das jogadoras no Brasil são amadoras, segundo o Ministério do Esporte. O novo projeto de lei pretende mudar esse cenário e criar condições mais justas e dignas para o desenvolvimento da carreira das atletas.

A seleção brasileira feminina foi vice-campeã olímpica em 2024 e vem consolidando sua trajetória com conquistas importantes no cenário internacional.