DIAGNÓSTICO PROMISSOR
Teste de saliva para Alzheimer desenvolvido no Brasil pode antecipar diagnóstico da doença
Pesquisa da Unicamp detecta proteína associada ao Alzheimer com amostra não invasiva; método ainda está em validação clínica
21/07/2025
17:00
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Teste de saliva desenvolvido por pesquisadores da Unicamp detecta sinais moleculares do Alzheimer com potencial para diagnósticos precoces e em larga escala @REPRODUÇÃO
Um grupo de cientistas da Unicamp, liderado pelo pesquisador Gustavo Santos, está desenvolvendo um teste de saliva que pode transformar a forma como o Alzheimer é diagnosticado. O método analisa a presença de proteínas como a p‑Tau — um dos marcadores moleculares da doença e já apresentou resultados promissores em estudos pré-clínicos.
A proposta é ambiciosa: um exame barato, não invasivo e acessível, capaz de ser aplicado em larga escala e até de forma domiciliar. Caso seja validado com sucesso, ele pode permitir diagnósticos anos antes do surgimento dos sintomas, ampliando significativamente as possibilidades de intervenção precoce e controle do avanço da doença.
“Prospecting salivary tau as a diagnostic for Alzheimer’s type dementia” é o título do estudo em andamento, que explora a viabilidade clínica da saliva como matriz diagnóstica.
Apesar do potencial inovador, os pesquisadores ressaltam que ainda há etapas cruciais pela frente. O teste está em fase de validação com grupos maiores de participantes e sua precisão clínica ainda precisa ser comprovada com mais robustez. Também não há, até o momento, aprovação regulatória para uso comercial ou clínico.
Especialistas apontam que, se comprovado, o exame pode representar um divisor de águas no campo da neurologia preventiva. Hoje, o diagnóstico de Alzheimer depende de exames caros, invasivos e de difícil acesso, como ressonâncias, tomografias ou punções lombares. Um teste simples de saliva poderia mudar esse cenário radicalmente.
“É uma descoberta com alto potencial de impacto, mas é preciso evitar euforia antes da validação total. Diagnóstico precoce só é útil se vier com precisão e confiança clínica”, pondera um pesquisador não ligado ao estudo.
Com mais de 1,5 milhão de brasileiros convivendo com a doença e projeções de crescimento exponencial nos próximos anos, iniciativas como essa reforçam a importância da ciência nacional na busca por soluções acessíveis para desafios globais. A comunidade médica e científica acompanha de perto os próximos passos da pesquisa — que pode, no futuro, redefinir o diagnóstico do Alzheimer.
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