Campo Grande (MS), Quarta-feira, 16 de Julho de 2025
SAÚDE
Dormir mal pode aumentar risco de alzheimer, alerta neurologista com pós-doc em Harvard
Privação de sono e apneia noturna comprometem a "faxina" cerebral e favorecem o acúmulo de proteínas tóxicas relacionadas ao Alzheimer
16/07/2025
07:45
REDAÇÃO
Cérebro em atividade durante o sono profundo realiza limpeza de toxinas — essencial para manter a saúde cognitiva a longo prazo @REPRODUÇÃO
Você sabia que dormir mal de forma contínua pode ter efeitos devastadores para o cérebro, inclusive aumentando o risco de desenvolver Alzheimer? Segundo o neurologista Dr. Pedro Schestatsky — que tem pós-doutorado pela Universidade de Harvard —, a privação crônica de sono e distúrbios como a apneia obstrutiva do sono prejudicam seriamente o sistema glinfático, responsável por remover toxinas do cérebro.
Entre essas toxinas, está a proteína beta-amilóide, conhecida por formar placas associadas ao Alzheimer. "Quando não dormimos o suficiente, o cérebro não consegue realizar a limpeza dessas proteínas de forma eficaz", explica o especialista.
O risco é ainda maior no caso de apneia do sono, que além de fragmentar o sono, causa hipóxia cerebral (falta de oxigênio) e inflamação crônica, fatores que aceleram o declínio cognitivo e podem antecipar doenças neurodegenerativas.
Outro fator de preocupação é o contexto metabólico da população. “Hoje, cerca de 96% das pessoas têm algum grau de desregulação metabólica — seja glicose alta, colesterol alterado ou pressão descontrolada. Somado à privação de sono, genética e excesso de estímulos digitais, temos um verdadeiro 'caldo de cultura' para doenças crônicas e mortes precoces”, alerta Schestatsky.
O que fazer?
Dormir entre 7 e 9 horas por noite, regularmente
Tratar apneia do sono, caso diagnosticada
Reduzir o uso de telas antes de dormir
Manter alimentação equilibrada e praticar exercícios
Buscar ajuda médica ao notar lapsos de memória ou confusão
Cuidar do sono é cuidar do cérebro — e pode ser um dos caminhos mais poderosos para prevenir doenças neurodegenerativas.
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