SAÚDE
Vírus respiratórios avançam com força entre idosos e já superam covid-19 como principal causa de mortes por SRAG
Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório lideram casos graves; letalidade por VSR entre idosos chega a 26%, segundo dados da Fiocruz
03/06/2025
07:20
REDAÇÃO
Com a chegada do inverno, crescem os casos de internação por vírus respiratórios, principalmente entre idosos. © Marcelo Camargo/Agência Brasil
Com a aproximação do inverno e a queda nas temperaturas, o Brasil registra um aumento expressivo nos casos de doenças respiratórias graves, especialmente entre a população idosa. Segundo dados recentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os vírus Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) ultrapassaram a covid-19 como principais causas de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pessoas com mais de 60 anos.
De acordo com o Boletim Epidemiológico InfoGripe, até o início de maio foram registrados 24.571 casos de hospitalização por SRAG em todo o país. Nas quatro semanas anteriores, 50% dessas internações foram atribuídas ao VSR e 11% dos óbitos relacionados à síndrome tiveram o mesmo vírus como causa.
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, destaca que o enfraquecimento do sistema imunológico com o avanço da idade é um dos principais fatores de risco.
“Com o avanço da idade, o sistema imunológico se torna menos eficaz no combate a infecções. Isso aumenta a vulnerabilidade dos idosos a quadros graves de doenças respiratórias, como as causadas pelo VSR, que tradicionalmente acometem bebês e crianças”, afirma o infectologista.
Comorbidades elevam o risco de agravamento
Entre os idosos, a presença de doenças crônicas, como cardiopatias, DPOC, asma, diabetes e insuficiência renal, aumenta significativamente o risco de complicações. Nesses casos, uma infecção respiratória pode causar descompensações graves, exigindo hospitalização prolongada e, em alguns casos, resultando em óbito.
Chebabo alerta para o fato de que os sintomas do VSR nos idosos podem ser sutis e facilmente confundidos com resfriados comuns, mas com potencial de rápida evolução para quadros severos, especialmente em indivíduos com comorbidades.
Um estudo da Fiocruz, realizado entre 2013 e 2023, mostra que a taxa de letalidade por VSR em idosos chegou a 26%, número 20 vezes maior do que o registrado em crianças. Já em idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização por infecção respiratória pode ser 33 vezes maior do que em idosos saudáveis.
Além disso, os impactos da infecção continuam mesmo após a alta hospitalar. Um em cada três idosos que se recuperam de internações por VSR ou influenza relatam perda de funcionalidade e dificuldades para realizar tarefas básicas do cotidiano, afetando a qualidade de vida e a autonomia.
Com a chegada das estações mais frias, a vacinação contra influenza e outros vírus respiratórios se torna fundamental para proteger a população idosa. Além da imunização, medidas de prevenção que se popularizaram durante a pandemia continuam sendo eficazes, como:
Lavar as mãos frequentemente
Usar máscara em caso de sintomas gripais
Manter os ambientes arejados
Evitar aglomerações e contato com pessoas doentes
“A vacinação é uma das estratégias mais eficazes para reduzir casos graves e óbitos. Junto disso, manter hábitos preventivos é essencial, especialmente para quem convive com idosos”, completa Chebabo.
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