A Prefeitura de Campo Grande liberou a vacinação contra a gripe para toda a população a partir deste domingo (27), após decretar situação de emergência na saúde pública por 90 dias. A medida foi anunciada neste sábado (26), durante coletiva de imprensa da secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, diante do avanço de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e superlotação das unidades de saúde.

A vacinação começa em um plantão especial na Igreja Universal do Reino de Deus, localizada na Avenida Mato Grosso, nº 921, região central da cidade. O atendimento será das 9h às 14h e contará também com a aplicação de outros imunizantes do calendário municipal, como hepatite, tríplice viral, DTP, Influenza e Covid-19.

Segundo Rosana, Campo Grande recebeu 200 mil doses da vacina contra a gripe, mas apenas 56 mil foram aplicadas até agora — o equivalente a cerca de um terço do público prioritário. “Embora a Sesau tenha ampliado, o idoso, a gestante e a criança devem se vacinar, porque essa é a população que mais adoece e pode até ir a óbito em decorrência da doença”, alertou.

A partir de segunda-feira (28), a vacina estará disponível em todas as unidades básicas de saúde e em mais cinco pontos estratégicos, que ainda serão anunciados.

Medidas emergenciais para conter colapso

A decisão de liberar a vacina vem em meio a um cenário crítico. Mato Grosso do Sul já registrou 1.940 internações por SRAG em 2025, com 27 mortes confirmadas. Apenas em Campo Grande, já são 89 óbitos. Conforme a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), os casos devem continuar aumentando nas próximas quatro a seis semanas.

Na mesma coletiva, a Prefeitura detalhou as ações do plano de contingência diante da sobrecarga nos hospitais. Nenhuma unidade da rede privada tem capacidade para ampliar o número de leitos via SUS, especialmente nas UTIs pediátricas.

Diante disso, a Sesau autorizou o uso emergencial das UPAs Universitário e Coronel Antonino como unidades de internação temporária. O objetivo é desafogar o Pronto Atendimento Infantil do bairro Tiradentes, que concentrará os casos mais graves. “Vamos trabalhar como um conjunto. Pacientes com quadros mais leves poderão ficar sob observação nas UPAs por dois ou três dias”, explicou Rosana.

O Pronto Atendimento Infantil passará a ser referência para internações pediátricas, por contar com pediatras, fisioterapeutas, nutricionistas e equipamentos adequados. “É o local com melhor estrutura para o manejo de casos graves. Os dados nos dão segurança de que as crianças ali serão bem atendidas”, afirmou a secretária.

Máscaras e novos leitos

Além da vacinação, a Prefeitura recomenda o uso de máscaras em locais com aglomeração, como forma de conter a propagação de doenças respiratórias. O secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, também informou que o governo avalia abrir dez novos leitos no interior do Estado, possivelmente em Três Lagoas, para ajudar a aliviar a demanda na Capital.