POLÍTICA
Presidente do INSS é demitido após operação da PF que investiga fraudes bilionárias
23/04/2025
17:35
REDAÇÃO
Alessandro Stefanutto Foto: Divulgação/INSS / Perfil Brasil
Alessandro Stefanutto foi exonerado nesta quarta (23), após decisão judicial de afastamento por seis meses. Esquema investigado pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi oficialmente exonerado do cargo nesta quarta-feira (23), em meio a uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que investiga fraudes milionárias contra aposentados e pensionistas da Previdência Social.
A demissão foi assinada por Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil, e ex-ministra do Planejamento. A medida ocorre poucas horas após Stefanutto ser afastado da função por decisão da Justiça, que determinou a suspensão de suas atividades por seis meses como medida cautelar.
Segundo o que foi apurado até o momento, o esquema de fraude teria provocado descontos indevidos nos benefícios de segurados do INSS, entre 2019 e 2024. Os valores desviados podem chegar à ordem de R$ 6,3 bilhões, de acordo com estimativas iniciais da CGU e da PF.
Investigação e denúncias
As investigações revelam um esquema de desconto irregular de serviços não contratados por aposentados e pensionistas — como associações de classe e seguros — com retenções automáticas diretamente nos benefícios. O objetivo da operação é apurar a responsabilidade de servidores públicos e empresas conveniadas que teriam se beneficiado da prática fraudulenta.
A operação desta quarta-feira é parte de um inquérito mais amplo, que já vinha sendo conduzido há meses pelas autoridades federais. O nome de Stefanutto surgiu nos relatórios mais recentes como possível facilitador ou omisso diante das irregularidades.
Durante entrevista coletiva, o ministro da Previdência Social e presidente do PDT, Carlos Lupi, reconheceu que a indicação de Stefanutto foi feita por ele, mas afirmou que não tinha conhecimento das irregularidades. “A responsabilidade pela nomeação foi minha. Mas jamais compactuaria com qualquer tipo de desvio ou abuso. Que as investigações avancem com rigor”, declarou.
Com a exoneração, o governo federal ainda não anunciou um substituto para o cargo de presidente do INSS. Internamente, a expectativa é que um nome técnico, com perfil de gestão e experiência na área previdenciária, seja escolhido para tentar restabelecer a credibilidade do órgão.
A CGU e a PF seguem apurando o envolvimento de servidores, gestores e empresas terceirizadas, e novas fases da operação não estão descartadas.
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