O artista, de 35 anos, é natural da cidade Presidente Olegário, Região Noroeste de Minas Gerais. Atualmente, ele é investigado em operação contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais.

O cantor mineiro Gusttavo Lima que está com um mandado de prisão aberto desde esta segunda-feira (23) por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro e jogos ilegais, se envolveu em outras polêmicas nos últimos anos. Uma das mais recentes foi a contratação do show do artista em uma cidade de 17 mil habitantes em MG, pelo valor de R$ 1,2 milhão.

Gusttavo Lima é um dos alvos da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro pelo qual também foi presa a influenciadora e advogada Deolane Bezerra.

O artista, de 35 anos, é natural da cidade Presidente Olegário, Região Noroeste de Minas Gerais. Segundo as investigações, a ação criminosa envolvia a contratação de influenciadores digitais por casas de apostas esportivas na internet, as "bets".

A defesa do cantor negou qualquer tipo de envolvimento nos crimes descritos no processo, e que sua inocência será "devidamente demonstrada" .

Show de 1,2 milhão em MG

Em maio de 2022, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, contratou um show do cantor Gusttavo Lima pelo valor de R$ 1,2 milhão. Na ocasião, ele se apresentaria durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos.

O evento previa, também, a participação de outros artistas, como Bruno e Marrone, contratados por R$ 520 mil, e Israel e Rodolffo, por R$ 310 mil. No total, os contratos disponíveis no portal da prefeitura ultrapassavam a cifra de R$ 2,3 milhões.

O contrato do show do Gusttavo Lima, o mais caro, ainda previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor "no melhor hotel da região" e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil.

Além disso, o executivo deveria fornecer o transporte do local para o artista, músicos, técnicos e produção.

Gusttavo Lima diz que 'está a ponto de jogar a toalha' após polêmica sobre show

O documento, assinado com a empresa do cantor, Balada Eventos e Produções, estabelecia que o pagamento fosse efetuado em duas parcelas – uma no ato da assinatura do contrato, datado de 11 de abril de 2022, e outra até o dia 15 de junho de 2022.

Conceição do Mato Dentro tem população estimada de 17.438 pessoas. Para 2022, o orçamento previsto pela prefeitura era de R$ 689 milhões. Após a repercussão negativa, a prefeitura optou pelo cancelamento do show. Na época do ocorrido, o artista se posicionou nas redes sociais, afirmando que não saber o motivo de tanta "perseguição".

"Eu nunca me beneficiei 'sobre' dinheiro público (...) Eu não compactuo com dinheiro público, sou um cara que tenho meus impostos em dia (...) Sobre shows de prefeitura, acho que todos os artistas fazem ou já fizeram show de prefeitura e isso, na minha forma de pensar, é sobre valorizar a nossa arte", afirmou.

Cavalo em palco

Gusttavo Lima é criticado por levar cavalo em apresentação de show em BH

Já em abril deste ano, o cantor mineiro virou assunto nas redes sociais após uma polêmica exibição de um cavalo durante seu show em Belo Horizonte, que ocorreu no Mineirão, na Região da Pampulha.

Parte do público que viu as imagens nas redes sociais reprovaram a atitude do cantor, questionando a real necessidade da participação do animal em meio aos ruídos e sons da banda e dos fogos de artifício usados no show.

Gusttavo Lima leva cavalo para abertura de show em BH — Foto: Reprodução/@gusttavolima

As imagens publicadas no perfil do artista mostram o momento que o animal sobe ao palco, já logo na abertura do show. Gusttavo Lima é o tutor do animal, de nome Oregon. O cavalo vive em uma fazenda em Piracicaba, no interior de São Paulo.

Por nota, a assessoria do cantor explicou que a estrutura para receber o animal no palco foi planejada. "Além de todos os detalhes para a sua segurança e bem-estar, tivemos a presença de quatro cuidadores dedicados especialmente ao Oregon", disse.

Bloqueio de R$ 20 milhões

Ainda neste mês de setembro, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões da empresa do cantor, Balada Eventos por suposto envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro de apostas ilegais com empresas de um homem identificado como José André da Rocha Neto, da Paraíba.

Os documentos apontam que a Justiça determinou, também, o sequestro de imóveis e de embarcações em nome da empresa.

Foi uma das empresas de Rocha Neto — a JMJ — que comprou o avião de Gusttavo Lima. A prisão do empresário Rocha Neto foi decretada na mesma operação, mas ele é considerado foragido porque estava fora do Brasil.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 35 milhões das contas pessoais dele e de R$ 160 milhões de suas empresas. A defesa de Rocha Neto diz que não há qualquer indício de sua participação em atos ilícitos e que seu patrimônio é declarado e regular.

As defesas de Gusttavo lima e Rocha Neto negaram fazer parte de esquemas e organizações criminosas.