SAÚDE
Jejum Intermitente: Funciona para emagrecer? Especialistas expõem a realidade
27/08/2024
10:00
G1
MARIA GORETI
Com a proximidade do fim do ano, a busca por métodos eficazes para emagrecer aumenta, e o jejum intermitente se destaca entre as opções mais discutidas. A técnica, que consiste em alternar períodos de alimentação e jejum, tem ganhado popularidade nas redes sociais, promovida por celebridades e influenciadores. No entanto, a ciência sugere que, apesar de resultados iniciais promissores na balança, o jejum intermitente pode não ser a solução ideal para uma perda de peso saudável.
O jejum intermitente envolve períodos determinados de jejum seguidos por janelas de alimentação. Entre os métodos mais comuns estão:
Apesar da redução de peso na balança, estudos indicam que a principal perda não é de gordura, mas de massa magra (músculos), o que pode ser prejudicial para a saúde.
Ana Bonassa, pesquisadora da USP, explica que o corpo pode responder ao jejum intermitente acelerando as vias metabólicas para repor reservas de energia, o que pode resultar em aumento da gordura corporal em vez de sua queima. "A ideia de que o jejum consome mais gordura é um mito. O metabolismo não tem um botão de ativação específica para gordura", afirma.
O jejum intermitente pode causar reações adversas, como sobrecarga no pâncreas e aumento do risco de resistência à insulina. A endocrinologista Isis Toledo destaca a necessidade de mais pesquisas, pois os benefícios e efeitos a longo prazo ainda são incertos. Além disso, pode haver riscos de desenvolvimento de transtornos alimentares.
Enquanto o jejum intermitente pode ser atraente pela sua simplicidade e flexibilidade, especialistas alertam que ele não é necessariamente a melhor abordagem para todos. A perda de peso saudável deve focar na redução de gordura e preservação da massa magra, e o acompanhamento médico é essencial para garantir uma abordagem segura e eficaz.
Quando Evitar o Jejum Intermitente: Principais Contraindicações
O jejum intermitente pode ser uma estratégia eficaz para algumas pessoas, mas não é adequado para todos. A seguir, listamos as principais situações em que essa prática deve ser evitada:
Gestantes e lactantes necessitam de um aporte contínuo e equilibrado de nutrientes para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Restrições alimentares durante a gravidez ou amamentação podem comprometer a nutrição essencial para o desenvolvimento fetal e a produção de leite materno, aumentando o risco de deficiências nutricionais e complicações para ambos.
Crianças e adolescentes estão em fase de crescimento e desenvolvimento, o que demanda uma ingestão regular e adequada de nutrientes para suportar o crescimento ósseo, muscular e cognitivo. Além disso, adolescentes podem estar mais suscetíveis a transtornos alimentares, como anorexia, especialmente se enfrentarem dificuldades emocionais e de aceitação corporal. O jejum intermitente pode agravar esses riscos.
Indivíduos com doenças crônicas, como diabetes, frequentemente usam medicamentos que podem afetar o metabolismo e a regulação da glicose no sangue. O jejum pode levar a episódios de hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue), especialmente se não houver ajuste adequado das medicações. É crucial que essas pessoas consultem seus médicos antes de iniciar qualquer regime de jejum para avaliar a segurança e possíveis ajustes no tratamento.
A hipoglicemia é uma preocupação particular para idosos devido ao aumento do risco de tontura, quedas e outros problemas de saúde graves, como derrames. O jejum intermitente pode exacerbar esses riscos, tornando essencial que os idosos consultem um profissional de saúde antes de adotar qualquer tipo de restrição alimentar.
Antes de iniciar o jejum intermitente ou qualquer regime de restrição alimentar, é fundamental avaliar individualmente as necessidades e condições de saúde. Consultar um médico ou nutricionista pode ajudar a garantir que a prática seja segura e adequada, evitando possíveis efeitos adversos e promovendo uma abordagem equilibrada e saudável para a nutrição.
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