Campo Grande (MS), Quinta-feira, 02 de Maio de 2024

ARTE & CULTURA

Aquidança Aquidauana levará dança para espaços públicos da cidade

Projeto teve oficina com Adriana Assaf, um dos maiores nomes da dança no país e resultou na criação do espetáculo “É o Amor”

13/12/2023

10:45

ASSECOM

@Estúdio 2 por 2.

O município de Aquidauana está sendo agraciado com uma experiência única e enriquecedora no mundo da dança através do projeto "Aquidança Aquidauana", com apresentação do espetáculo “É o Amor”. Com a participação da renomada meitre de ballet brasileira Adriana Assaf, o projeto é uma iniciativa da artista Mayara Martins e surgiu como forma de celebrar o 15º aniversário de sua escola de dança. As apresentações acontecem nos dias 18 e 19 em Aquidauana e no dia 20 no distrito de Piraputanga.

Um dos pontos altos do projeto foi a realização da oficina “Imersão Ballet Clássico”, ministrada por Adriana Assaf. Reconhecida por seu talento e contribuições significativas para o cenário da dança no Brasil, Assaf compartilhou seu conhecimento, técnicas e paixão pela dança com os participantes da oficina. Eles tiveram a oportunidade de aprimorar suas habilidades sob a orientação de uma das maiores referências do ballet no país.

Idealizado por Mayara Martins, o projeto Aquidança Aquidauana tem como objetivo principal promover a apreciação e a prática da dança na comunidade local. Mayara busca inspirar jovens talentos e proporcionar oportunidades para que eles expressem sua criatividade e energia através da dança.

“Queríamos escoar esse tipo de projeto, que praticamente só acontece na Capital, trazer para o interior esses tipos de fomentos e ações. Na oficina foram mais de 70 bailarinos, tínhamos 50 vagas e tivemos que abrir mais para suprir a demanda”, conta Mayara.

Adriana ficou muito feliz com o convite para ir a Aquidauana ministrar a oficina e fazer parte do projeto. “Primeiro porque era uma cidade que ainda não conhecia e segundo porque eu já conhecia a Mayara, sei da batalha dela pela dança na cidade e tenho um carinho muito grande por ela. E claro, por também ter a oportunidade de levar meus ensinamentos a um lugar tão distante, que muitas vezes não tem tanta estrutura. Tudo isso pesou”, afirma a artista da dança.

Nas oficinas de dança eram três turmas: Ararinhas, infanto-juvenil; Garças, intermediário avançado; e Carcarás, para professores, arte-educadores e ouvintes. Cada um dos nomes das turmas foi cuidadosamente escolhido pela idealizadora do projeto, arara por ser uma ave colorida, alegre, garça por ser uma ave majestosa e o carcará por ser uma ave mais observadora. E as três espécies vivem no Pantanal.

“Os alunos estavam 100% disponíveis a aprender. isso engrandece totalmente o trabalho, você entra na sala de aula e você sente aquela energia de quem está querendo descobrir coisas novas, aprender coisas novas. Dei aula de Padede, de variação de repertório, de técnica masculina, e todas foram incríveis. A receptividade das pessoas, dos bailarinos, de todo mundo, foi inesquecível para mim, senti um carinho muito grande das pessoas que estavam fazendo o workshop”, declara Adriana.

Dos alunos só foram elogios. Para a professora de Ballet Clássico, Karolayne Carvalho Silva Duarte, foi uma experiência enriquecedora e maravilhosa. “Foram horas de aprendizado com uma profissional que transmitia todo seu conhecimento e paixão pelo que faz, nos prendia a cada ensinamento com sua dedicação indescritível. Creio que será só o começo, Mayara é a prova que o lugar [interior] não é empecilho para realizar grandes sonhos, só basta ter força de vontade e isso não falta a ela”, agradeceu.

O estudante José Roberto Amarilha Guerra, que dança desde criança, também achou que esta foi uma oportunidade única. “Sendo do MS e ainda do interior é muito difícil fazer uma oficina com alguém de tão grande renome. Temos que nos virar nos 30 para conseguir alguma evolução. Essa imersão foi muito boa e totalmente diferente, saí inspirado e motivado para continuar na dança”, frisou.

Continuidade

O projeto será será apresentado em espaços públicos de Aquidauana, transformando praças e pontos turísticos em palcos emocionantes, levando a magia da dança para todos os cantos da cidade. “É a realização de um sonho. Já é difícil fazer produções nos grandes centros, imagina trazer tudo isso para uma cidadezinha do interior. E, ainda, iremos beneficiar a comunidade, já que os espetáculos serão abertos. Sairemos da caixa cênica, para toda comunidade assistir, é gratuito e não há limite de público. O pano de fundo serão os pontos turísticos, Aquidauana será nosso palco”, promete Mayara.

O projeto Aquidança Aquidauana representa uma jornada de paixão pela dança, enriquecimento cultural e celebração da expressão artística. Com o apoio de talentos locais e inspiração de renome nacional, a cidade se torna palco de uma experiência artística verdadeiramente memorável.

Este projeto foi contemplado pelo FIC (Fundo de Investimentos Culturais), promovido pela FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), por meio da Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

Histórico

Fazer dança na Capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, já tem as suas complexidades e dificuldades e quando se trata de cidades do interior, especialmente em Aquidauana, onde o incentivo financeiro e valorização da cultura é ainda mais escassa com a falta de editais e políticas públicas para as artes, é ainda mais difícil.

Apesar das adversidades, o Studio Mayara Martins já criou 14 espetáculos, se apresentou para um público de mais de 10 mil pessoas, participou de importantes festivais de dança do Estado como Onça Pintada e Festival Dança Três, além de um dos maiores festivais de dança do mundo, o Festival Internacional de Dança de Joinville, representando Mato Grosso do Sul inúmeras vezes,. 

A realização desse trabalho e dessas participações ao longo desses anos reverberou e auxiliou na formação crítica, cultural, artística e cidadã de crianças, jovens e adultos que vivem em Aquidauana e região e impactou toda a comunidade.


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