Homens do Ex�rcito mant�m vigil�ncia na sede da Fazenda Fronteira, produtores evitam contato com a imprensa e �ndios expulsam jornalistas de local onde Semi�o Fernandes foi morto
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Homens do Ex�rcito em frente � sede da Fazenda Fronteira; ao fundo local onde foi enterrado o corpo de Semi�o Vilhalva (Foto: Eliel Oliveira) |
A decis�o do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender a reintegra��o de posse de tr�s fazendas ocupadas por �ndios no munic�pio de Antonio Jo�o, a 279 km de Campo Grande, n�o mudou o clima de tens�o na �rea. Mesmo com a presen�a do Ex�rcito em v�rios locais das propriedades ocupadas, o temor de novos confrontos permanece.
Propriet�rios de �reas ocupadas evitam contato com a imprensa e os �ndios demonstraram hostilidade com alguns ve�culos de comunica��o. As equipes do Campo Grande News e do Correio do Estado foram �convidadas� a se retirarem de um dos acampamentos, mesmo com a presen�a de outros jornalistas no local. O motivo n�o foi informado.
A reportagem foi ao Sindicato Rural de Antonio Jo�o para falar com a presidente da entidade, Roseli Ruiz Silva, propriet�ria de uma das fazendas ocupadas. Ela n�o estava no local. A pedido do Campo Grande News, a funcion�ria do sindicato ligou para Roseli e ela mandou dizer que n�o daria entrevista.
Retornamos �s �reas ocupadas. Na entrada das fazendas, militares do Ex�rcito obrigam todos que chegam ao local a se identificarem, tiram foto das credenciais e anotam os nomes numa lista. Na sa�da, mais uma rodada de perguntas e at� vistoria no porta-malas do carro.
Nas estradas que cortam a �rea ocupada h� 15 anos pelos �ndios e as fazendas invadidas h� dois meses o clima era de aparente tranquilidade nesta manh�. Os �ndios que faziam vigil�ncia em alguns pontos na tarde desta ter�a (20) n�o estavam mais nos locais.
Ex�rcito na porta � Na Fazenda Fronteira, uma das propriedades ocupadas pelos �ndios e que faz parte da �rea de 9.300 hectares reivindicada como o territ�rio �anderu Marangatu, soldados do Ex�rcito usando um blindado equipado com metralhadora permanecem a 50 metros da sede, onde mora o propriet�rio, o ex-prefeito de Antonio Jo�o, D�cio Queiroz Silva.
Queiroz tamb�m n�o quis falar com a reportagem. Mandou um pe�o dizer que estava �abalado� e n�o iria conceder entrevista.
Jornalistas expulsos � Em cima do blindado do Ex�rcito permanece um soldado com bin�culo, observando o tempo todo o acampamento montado pelos �ndios do outro lado de um riacho, a cerca de 500 metros da sede da Fronteira. Foi desse acampamento que os jornalistas foram expulsos.
Mesmo com a presen�a de rep�rteres de outros meios de comunica��o no local e diante do coordenador regional da Funai, �lder Paulo Ribas da Silva, um grupo de �ndios, entre eles Leni Aquino � uma das l�deres do grupo e que ontem tinha falado que, se a reintegra��o fosse mantida, os �ndios n�o iriam resistir, porque n�o s�o bandidos � se aproximou e mandou os jornalistas se retirarem.
�Queremos pedir que voc�s se retirem, por favor, estamos aqui em um momento nosso e n�o vamos dar entrevista�, afirmou um dos �ndios. O local onde eles estavam � perto do t�mulo de Semi�o Fernandes Vilhalva, 24, morto em confronto com fazendeiros no dia 29 de agosto deste ano.
Fonte: campograndenews
Por: Helio de Freitas, enviado especial a Antonio Jo�o
Link original: http://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/mesmo-com-suspensao-de-despejo-tensao-permanece-em-areas-ocupadas