TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
Inteligência artificial ameaça aprendizado da escrita, alerta autor
Para o escritor Sérgio Rodrigues, o uso excessivo de IA pode levar a um retrocesso civilizatório e intelectual
15/09/2025
09:50
AGÊNCIA BRASIL
REDAÇÃO
Sérgio Rodrigues alerta que escrita criativa exige subjetividade humana e não pode ser substituída por inteligência artificial. © Rawpick/Freepick
Com o avanço das ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, cresce a preocupação com o impacto da tecnologia no aprendizado da escrita, especialmente entre os mais jovens. Para o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, autor do recém-lançado livro Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs, o uso indiscriminado dessas ferramentas pode comprometer o desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade.
Na avaliação do autor, a escrita é uma prática exclusivamente humana, que exige subjetividade, sensibilidade e reflexão aspectos que, segundo ele, ainda estão fora do alcance das máquinas. Embora reconheça a utilidade da IA para tarefas específicas, Rodrigues vê com preocupação o risco de as pessoas deixarem de escrever até os textos mais simples do dia a dia.
“O ser humano corre o risco de desaprender a escrever. Quando você terceiriza essa habilidade para a máquina, perde a prática. E escrever é uma tecnologia de pensamento. Se isso se perde, o retrocesso é civilizatório”, alerta o escritor.
A crítica de Rodrigues vai além da questão profissional. Ele teme que o uso da IA na escola, sem o devido controle, leve ao enfraquecimento das habilidades de leitura e escrita entre os estudantes. “Se a escola não criar ambientes seguros para o pensamento e a produção textual, os alunos não vão desenvolver essas capacidades”, afirmou.
Ele também defende a atuação ativa das famílias e do poder público para conter os efeitos do uso excessivo da IA. “A IA pode ser uma ferramenta útil, mas não pode substituir o humano. É preciso estabelecer limites e educar para o uso consciente.”
O autor lança seu novo livro na próxima quinta-feira (18), em Brasília, propondo um debate sobre o valor da escrita em um mundo cada vez mais automatizado.
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