O estado de Mato Grosso do Sul alcançou nesta semana a triste marca de 24 feminicídios em 2025. O crime mais recente ocorreu na última quarta-feira (27), no município de Bataguassu, onde uma mulher foi assassinada a facadas. O caso ganhou destaque na sessão da Assembleia Legislativa de MS (ALEMS), quando a deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) usou a tribuna para se manifestar com veemência.

“Nenhuma mulher gosta de apanhar. Muitas permanecem em relacionamentos abusivos por falta de independência financeira”, afirmou a parlamentar.

Durante o discurso, Lia defendeu a ampliação de políticas públicas que ofereçam condições reais de emancipação econômica e social para as mulheres. Segundo ela, a autonomia financeira é chave para que vítimas consigam romper com ciclos de violência e reconstruir suas vidas longe dos agressores.

Políticas públicas em andamento

Entre as medidas em vigor, a deputada destacou o programa Recomeço, implantado pelo Governo do Estado, que oferece apoio a mulheres em situação de violência. Também mencionou o projeto de sua autoria, já sancionado pelo governador Eduardo Riedel (PP), que incentiva a contratação de vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho.

“Essas ações são essenciais. Precisamos dar oportunidades reais para que as mulheres se libertem, tenham dignidade e criem seus filhos em segurança”, afirmou.

Reconhecimento à atuação policial

Ainda na sessão, Lia apresentou uma moção de congratulação à investigadora Kelly Amarildo do Nascimento, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas, que impediu um feminicídio em potencial no dia 26 de agosto. A policial interveio de forma firme em uma situação de risco, prendendo em flagrante o agressor que ameaçava a vítima em via pública.

“Esse é o modelo de enfrentamento que precisamos fortalecer: com uma rede de proteção, acolhimento e repressão. A policial foi exemplo de coragem e preparo”, ressaltou a deputada.

A deputada também participou do encerramento da campanha Agosto Lilás na Assembleia Legislativa, reforçando o compromisso com o combate à violência contra a mulher.

“Podem nos chamar de loucas, se for por apontar a ferida e lutar pelos direitos das mulheres. Quantas vezes for preciso, estaremos prontas para recomeçar”, concluiu.

Com mais um caso de feminicídio registrado no Estado, a discussão sobre autonomia, proteção e combate à impunidade volta ao centro do debate legislativo em Mato Grosso do Sul.