DIREITOS DOS POVOS ORIGINÁRIOS
Marcha das Mulheres Indígenas leva mais de 7 mil às ruas de Brasília em defesa da vida e dos territórios
Com o lema “Nosso corpo, nosso território”, manifestação denuncia violência de gênero, desmatamento e retrocessos ambientais
08/08/2025
07:20
AGÊNCIA BRASIL
REDAÇÃO
 Mais de sete mil mulheres indígenas marcharam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em defesa da demarcação de terras e contra a violência.
Entre cantos de luta em diferentes línguas indígenas, faixas de protesto e manifestações culturais, a 4ª Marcha das Mulheres Indígenas reuniu mais de 7 mil pessoas nesta quinta-feira (7), em Brasília. O ato percorreu o Eixo Monumental e a Esplanada dos Ministérios, com o tema "Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta".
A marcha denunciou a violência contra as mulheres indígenas, a devastação ambiental, e reforçou o apelo por demarcação de terras e respeito aos direitos originários. Também houve fortes críticas ao Projeto de Lei 2159, apelidado de “PL da Devastação”, que propõe flexibilizações nas regras para licenciamento ambiental.
Outro alvo de críticas foi o marco temporal, tese jurídica que limita o direito à demarcação de terras aos territórios ocupados por indígenas até a promulgação da Constituição de 1988.
Vozes que ecoam dos biomas
Mulheres de diferentes etnias e de todos os biomas brasileiros participaram da marcha, levando suas histórias, filhos, cantos e reivindicações.
“We are the protagonists of our own story”, disse Weena Tikuna, artista indígena do território Umariaçu, em Tabatinga (AM). Em português, ela completou: “Nossa luta é pela vida e contra o desmatamento. Precisamos agir para frear a devastação que alimenta a crise climática.”
Com sua bebê nos braços, Aline Ikpeng, do Parque Indígena do Xingu (MT), participou da manifestação pela primeira vez. “Eu vim lutar pelas futuras gerações. Estamos sendo massacrados, a mata e os animais estão desaparecendo”, lamentou.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participou do evento ao lado da atriz Alessandra Negrini. Ambas seguravam uma faixa com os dizeres: “Nosso corpo, nosso território”. Guajajara reforçou o compromisso com as pautas apresentadas pelas mulheres indígenas.
“Seguimos juntas pelo bem viver dos povos originários”, afirmou.
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Mais de sete mil pessoas participaram da manifestação em Brasília -Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Durante a semana da marcha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a homologação de três novas Terras Indígenas, todas no Ceará:
Pitaguary
Lagoa Encantada
Tremembé de Queimadas
Com isso, chega a 16 o número de territórios homologados nos últimos dois anos. Segundo o governo federal, os reconhecimentos foram baseados no estágio avançado dos processos administrativos e no longo tempo de espera das comunidades pelo direito à terra.
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