DIA MUNDIAL DO CAFÉ
Bebida querida dos brasileiros enfrenta alta histórica nos preços
14/04/2025
07:20
REDAÇÃO
Celebrado nesta segunda-feira, 14 de abril, o Dia Nacional do Café marca não só o amor do brasileiro pela bebida mais tradicional do país, mas também escancara uma realidade que vem pesando no bolso: o café, além de símbolo de acolhimento e rotina, se tornou um dos vilões da inflação nos últimos meses.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial do grão, também é um dos líderes em consumo interno. Mesmo assim, o preço do café disparou nos supermercados e padarias, fazendo com que muitos consumidores repensassem marcas, quantidades e até passassem a misturar grãos com outras composições para manter o hábito diário.
Presente no café da manhã, no intervalo do trabalho, nas conversas de fim de tarde e até nas sobremesas, o café é mais que uma bebida — é parte do jeito brasileiro de viver. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo nacional ultrapassa 21 milhões de sacas por ano, e nove em cada dez brasileiros consomem café com frequência.
Além de ser um produto cultural, o café é responsável por milhões de empregos em sua cadeia produtiva, desde a lavoura até a torrefação, transporte, varejo e exportação. Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia lideram a produção nacional.
Nos últimos dois anos, o café entrou na lista dos produtos que mais pesaram no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). A alta acumulada chega a mais de 40% em algumas regiões, resultado de uma combinação de fatores:
Condições climáticas adversas, como geadas e secas;
Aumento nos custos de insumos agrícolas e energia;
Alta do dólar, que favorece a exportação e reduz a oferta interna;
Problemas logísticos e encarecimento no transporte.
O resultado é sentido diretamente nas prateleiras: pacotes de 500g, antes encontrados por R$ 9 ou R$ 10, hoje ultrapassam os R$ 15 a R$ 20, dependendo da marca e região. Cafeterias também repassaram os aumentos, e o tradicional "pingado com pão" já pesa mais no café da manhã fora de casa.
Mesmo com os preços em alta, o brasileiro não abre mão do seu cafezinho. O mercado de cafés especiais, grãos de origem controlada e métodos artesanais continua crescendo, com consumidores buscando mais qualidade, mesmo que em menor quantidade.
Baristas, cafeterias e microtorrefações têm promovido experiências sensoriais, harmonizações e drinks à base de café, atraindo públicos jovens e exigentes. Além disso, o consumo em cápsulas, cafés gelados e prontos para beber também ganhou espaço.
Neste Dia Nacional do Café, enquanto cafeterias e marcas realizam ações especiais, é importante lembrar que por trás da bebida mais amada do país existe uma cadeia complexa, que enfrenta desafios estruturais. O momento também é propício para valorizar o produtor rural, principalmente os pequenos agricultores, que sentem os impactos da alta dos custos e das oscilações do mercado.
O café chegou ao Brasil no século XVIII, vindo da Guiana Francesa.
Patrocínio (MG) é conhecida como a capital nacional do café.
O Brasil é o maior exportador global de café arábica.
O famoso “cafezinho” é parte da identidade cultural brasileira — sinônimo de acolhimento.
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