Campo Grande (MS), Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

CAPITAL

Dia de finados também foi dia de renascimento: bombeiras de folga salvaram homem em parada cardíaca e bebê que engasgou

07/11/2024

08:00

ASSECOM

@Divulgação/ASSECOM

No último sábado (01), Dia de Finados, duas ocorrências marcaram a vida de famílias da Capital e também de duas militares do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS).

Na data, dedicada a homenagear os que já se foram, foi também o dia em que as duas bombeiras militares foram responsáveis por salvar a vida de um homem que sofreu uma parada cardíaca em um estabelecimento comercial e de um bebê que se engasgou enquanto jantava com a família em um restaurante da cidade.

Embora salvar vidas faça parte do cotidiano dos militares do Corpo de Bombeiros, o que essas duas ocorrências têm em comum é que mostram que os bombeiros, mesmo na folga, sempre estão preparados para agir e servir a população, independente do dia, da hora ou da situação.

A primeira ocorrência, registrada por volta das 10h40 do último sábado, aconteceu no Bairro Jardim Itamaracá, onde um homem de 49 anos passou mal em uma mercearia. Ao perceber o fato, o dono do estabelecimento ligou para a vizinha, a Tenente do Corpo de Bombeiros Edilene Borges, que mora ao lado e foi até lá.

Ela, que estava de folga, conta que ao chegar se deparou com a vítima caída na calçada, fez a avaliação e percebendo que o homem estava sofrendo uma parada cardiorrespiratória (PCR) iniciou os procedimentos de reanimação.

“Avaliei e identifiquei que estava em PCR. Estava inconsciente, sem pulso eu já iniciei as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Ao mesmo tempo, pedi para o meu esposo ligar 193, falei com o atendente e solicitei que enviasse a Unidade de Resgate e Suporte Avançado (URSA). Então, segui realizando avaliações entre cada ciclo de manobra até a chegada da viatura. Ao chegar, eles identificaram a possibilidade de usar o desfibrilador e após a intervenção, a vítima retomou a respiração, necessitando apenas de oxigênio suplementar. O mais surpreendente foi que em seguida ele retomou também a consciência. Foi muito emocionante. Na hora eu só pensava em manter ele vivo. É uma sensação de dever cumprido, porque a gente treina e estuda muito para isso. Mas eu acredito também que Deus realmente me usou como instrumento para salvar uma vida. Isso não tem preço”, descreveu a tenente Edilene.

De acordo com ela, as intervenções rápidas e o uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático) são importantíssimos para aumentar as chances de sobrevida das vítimas em PCR.

“Eu vejo que o sucesso do procedimento foi graças a uma soma de fatores, tanto do acionamento rápido dos vizinhos, quando do suporte que tive do meu marido e a chegada rápida da equipe da URSA. Por isso, a importâncias também das pessoas serem orientadas sobre como fazer uma manobra de ressuscitação, a RCP. Poderia ser uma pessoa civil no meu lugar e mesmo assim conseguir auxiliar até a chegada do socorro”, destacou a tenente, que permaneceu por cerca de 20 minutos realizando o procedimento até a chegada da URSA.

O segundo caso e não menos emocionante envolveu a também Tenente do Corpo de Bombeiros Simone Oliveira, que é médica da URSA, mas que estava de folga no sábado e foi jantar com a família em um restaurante localizado na Avenida Ceará, em Campo Grande. Ela já estava se preparando para ir embora do local junto com os filhos e o marido, Subtenente Evandy Segarine, que também é bombeiro militar, quando percebeu uma movimentação e ouviu gritos. Viram então que uma criança estava engasgada e que os pais pediam por socorro.

Simone imediatamente foi ao local, colocou a criança nos braços, uma menina de um ano de idade que já estava desmaiada e com os sinais de PCR, e iniciou a manobra de heimlich, procedimento indicado em casos de engasgamento. A médica intercalou o procedimento com as manobras de ressuscitação cardiopulmonar e conseguiu com sucesso reanimar a criança. Enquanto ela atendia a menina, o esposo acionou a URSA, que logo em seguida chegou e encaminhou a criança ao hospital.

“Acredito que seja uma mistura de sentimentos. Mas o que se destaca é a gratidão por me usar como instrumento para a vida de muitos nos momentos em que eles mais precisam. E também uma gratidão ao CBMMS, que permite que eu faça parte desta tão honrosa instituição. Resumindo, dever cumprido”, disse a Tenente Simone questionada sobre como se sentiu ao realizar o atendimento.

Já o esposo, Subtenente Segarini, destacou a importância dos pais saberem identificar uma Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE).

“Nossa reação foi instantânea. Percebemos uma correria, uma gritaria e alguém disse engasgo. Nesse momento a Simone já pegou a criança e iniciou o procedimento, conseguindo reverter a situação. É importante alertar os pais sobre a importância de saber identificar e também de realizar a manobra para OVACE. Porque nessa situação a gente estava ali, mas e se não estivéssemos? Nessas duas ocorrências estavam tanto a Tenente Simone quanto a Tenente Edilene presentes, mas nem sempre isso é possível, o que mostra a necessidade de ter pessoas capacitadas”, contou ele.

As duas vítimas foram encaminhadas pela URSA ao hospital e passam bem.

Como proceder em situações como essas

Para a população, caso se depare com situações como essa, é importante primeiro tentar identificar o que está acontecendo e imediatamente acionar o socorro pelo telefone 193, número de emergência do Corpo de Bombeiros. Por telefone os atendentes repassam todas as orientações para que o comunicante inicie o primeiro atendimento à vítima até a chegada da unidade de resgate. Essa atitude pode salvar vidas!  


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal Correio MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: