Claudia Sheinbaum venceu a eleição presidencial do México no domingo, 2 de junho, conforme indica a projeção oficial da contagem preliminar dos votos, realizada pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE). Ela, apadrinhada pelo atual presidente Andrés Manuel López Obrador, será a primeira mulher a assumir a presidência do país. A contagem preliminar do INE estima que Sheinbaum obteve entre 58,3% e 60,7% dos votos, enquanto sua principal opositora, Xóchitl Gálvez, conquistou entre 26,6% e 28,6%. Gálvez reconheceu a derrota em discurso para sua base e ligou para Sheinbaum para cumprimentá-la.

Perfil da presidente eleita

Claudia Sheinbaum possui uma sólida carreira acadêmica. Formada em física pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), ela também fez pós-graduação em engenharia ambiental e um pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley. Sheinbaum participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC), que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Em novembro de 2023, ela anunciou seu casamento com Jesús Tarriba, seu namorado de faculdade, com quem se reencontrou pelo Facebook em 2016.

Trajetória política

A carreira política de Sheinbaum começou como secretária de Meio-Ambiente da Cidade do México, sob a gestão de Andrés Manuel López Obrador como prefeito. Ela seguiu López Obrador para o partido Morena, onde, após comandar um distrito da Cidade do México, tornou-se prefeita da capital. Durante sua gestão como prefeita (2018-2023), ela enfrentou desafios como a pandemia de Covid-19 e a queda de uma linha do metrô. No caso do acidente do metrô, Sheinbaum fez um acordo com a empresa construtora, pertencente ao magnata Carlos Slim, para indenizar as vítimas e evitar que o caso fosse levado à Justiça.

Apoio de López Obrador

O apoio de López Obrador foi crucial para a vitória de Sheinbaum, segundo Jimena Ortiz, da consultoria Inteligencia Más. As propostas de Sheinbaum, muitas vezes, refletem os desejos do atual presidente. Um projeto significativo é a mudança do sistema judiciário, onde o partido Morena propõe que ministros da Suprema Corte, juízes, desembargadores e ministros da Justiça Eleitoral sejam escolhidos por voto direto, o que exigiria a renúncia dos atuais ocupantes desses cargos. Para aprovar esta proposta, o Morena e seus aliados precisarão de dois terços dos votos na Câmara dos Deputados e no Senado.

Campanha e rivalidade

Durante a disputa entre Sheinbaum e Gálvez, a candidata governista evitou mencionar sua principal oponente pelo nome nos debates. Gálvez, por sua vez, criticou Sheinbaum por sua falta de carisma e a apelidou de "dama de gelo" no primeiro confronto, acusando-a de ser fria e sem coração.

A vitória de Sheinbaum marca um momento histórico para o México, com a primeira mulher assumindo a presidência do país, respaldada por uma forte aliança com o presidente em exercício e uma visão política alinhada às propostas de transformação defendidas pelo Morena.

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