DAKILA PESQUISAS
Pesquisadores buscam vestígios de Ratanabá em aldeias no Amazonas, em parceria com o líder Álvaro Tukano
06/12/2022
11:00
ASSECOM
Urandir Fernandes de Oliveira e o LÃder-Geral da Terra IndÃgena balaio, Ãlvaro Fernandes Sampaio Tukano ©DAKILA PESQUISAS
Após a divulgação da descoberta de Ratanabá, a “Cidade Perdida” na Amazônia Brasileira, lideranças da etnia indígena Tukano convidaram pesquisares da Associação Dakila Pesquisas a buscar vestígios da possível civilização mais antiga do mundo, no Estado do Amazonas. A expedição ocorreu entre os dias 7 e 14 de novembro, no Município de São Gabriel da Cachoeira, no Alto do Rio Negro.
Revelada em agosto deste ano, em live no canal do YouTube da Associação, a confirmação da descoberta do trecho de Ratanabá se deu por análise do mapeamento feito com a tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging), em Apiacás, no Estado do Mato Grosso (MT). Captada por avião, a tecnologia utiliza pulsos de laser capazes de penetrar na vegetação sem precisar desmatar a floresta.
Conhecida como Linhas de Apiacás, o sítio arqueológico apresenta vários padrões simétricos que podem ser vistos a olho nú. Aparentemente, as linhas se tratam de quadras e ruas. Os pesquisadores independentes levaram mais de 30 anos de estudos e buscas para chegarem ao local. Segundo datação realizada com chumbo pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Rio Claro (SP), o grupo de rocha em que as Linhas de Apiacás está assentado tem cerca de 1.5 bilhão de anos.
“Depois da divulgação do local e dos nossos estudos, fomos contatados pelo Líder-Geral da Terra Indígena Balaio, Álvaro Fernandes Sampaio Tukano. Tivemos uma reunião em Brasília, onde ele nos disse que muito dos conhecimentos passados pelos anciãos batem com o que apresentamos, e então marcamos a viagem”, explicou Urandir Fernandes de Oliveira, presidente da Associação Dakila Pesquisas e CEO do Ecossistema Dakila, um conglomerado de 20 empresas.
Segundo ele, Ratanabá foi a capital do mundo, construída pela civilização Muril, e sua extensão vai além da Amazônia Brasileira, com ramificações por todos os continentes do planeta. A Associação Dakila Pesquisas conta com 16 bases de estudos em estados da Amazônia, como Rondônia, Amazonas, Amapá, Roraima e Acre.
A Expedição
A equipe de pesquisadores ficou hospedada na aldeia indígena Balaio e teve contato com mais seis etnias tukano. “Fizemos pesquisas de levantamento de potencialidades arqueológicas paisagísticas com coletas de dados orais e observacionais. Tivemos reuniões com lideranças tukanas que também palestraram sobre a história da humanidade e dos tukanos. Fizemos voos com drones em pontos indicados por eles e analisamos artefatos encontrados na aldeia, como machados polidos e cerâmicas”, explicou o geoarqueólogo Saulo Ivan Nery.
Os dados coletados em campo serão transformados em projetos e submetidos a órgãos governamentais.
Urandir de Oliveira afirmou que foi fechada uma parceria de ajuda mútua entre os tukanos e Dakila Pesquisas. “Vamos ajudá-los a promover o desenvolvimento tecnológico e socioeconômico da aldeia por meio da implantação de internet, da agricultura familiar e turismo, bem como resgatar seus costumes, cultura e história. Em contrapartida eles vão nos auxiliar nas pesquisas sobre Ratanabá”, disse o CEO do Ecossistema Dakila.
A pedido de Álvaro Tukano, os pesquisadores também vão ajudá-los a provar cientificamente a história do povo tukano.
Os indígenas levaram a equipe onde foram construídas as moradias, locais onde foram achadas as machadinhas e também as cerâmicas. “Nestes locais encontramos indícios do Caminho do Peabiru – trajetos que partem de Ratanabá e cortam o continente sul-americano -, vimos marcas interessantes em rochas e também indícios de Ratanabá. Tem alguns pontos que ficam a seis dias de caminhada e voltaremos lá depois”, relatou a pesquisadora Fernanda Lima.
Para o pesquisador Rafael Hungria, a experiência que eles tiveram com os indígenas foi muito valiosa. “Aprendemos muito nesta expedição. Tivemos experiências alegres e impactantes. A história tradicional que conhecemos da colonização é bem diferente do que eles falam. Foi triste ver as dificuldades que eles têm passado desde que o homem branco usurpou e destruiu a cultura deles”, revelou Hungria. Júlia Ramalho também integrou a equipe de pesquisadores.
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