INOVAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA
Hospital Regional economiza R$ 1,6 milhão com modernização da Nutrição Parenteral Total
Projeto reduz custos em 43%, melhora a segurança assistencial e recebe prêmio estadual de inovação
24/11/2025
07:45
REDAÇÃO
MARIA GORETI
Projeto inovador do HRMS moderniza a Nutrição Parenteral Total, reduz custos e melhora a segurança assistencial. @ Patrícia Belarmino/HRMS
O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) transformou um desafio financeiro crônico em uma solução eficiente e inovadora. Por meio de um projeto voltado à otimização da Nutrição Parenteral Total (NPT) — terapia essencial para pacientes impossibilitados de se alimentar por via oral, o hospital reduziu em 43% os custos do serviço, alcançando uma economia anual superior a R$ 1,6 milhão.
A iniciativa, que combina inovação tecnológica, gestão de dados e governança clínica, recebeu o XX Prêmio Sul-Mato-Grossense de Inovação na Gestão Pública, na categoria Prática Inovadora.
Idealizado pela farmacêutica Kelly Pilon e pelo analista de sistemas Mário Masahide, o projeto nasceu da necessidade de conter o alto custo da NPT, que consumia cerca de R$ 3,6 milhões anuais, equivalente a 6% do orçamento do hospital. A solução foi estruturada em três pilares principais: reengenharia clínica, informatização do processo e negociação baseada em dados.
Segundo Kelly, o trabalho começou com uma revisão profunda da prescrição. “Padronizamos o protocolo para que cada paciente receba uma única bolsa de NPT a cada 24 horas, eliminando pedidos fracionados e desperdícios. Isso, aliado à informatização do sistema, trouxe mais segurança e controle para todos os envolvidos”, afirma.
Com a integração da prescrição eletrônica inteligente ao sistema do HRMS, regras clínicas e validações automáticas foram incorporadas, reduzindo riscos de dosagem inadequada e incompatibilidades. Além de aumentar a segurança dos pacientes, a medida otimizou o trabalho das equipes e eliminou o envio manual de informações para a farmácia e fornecedores.
Outro avanço foi o uso de Big Data para auxiliar negociações com fornecedores. “Passamos a ter dados precisos de consumo e custos, o que permitiu negociar com base em evidências reais. Obtivemos uma redução média de 25% no valor de cada bolsa de NPT”, destaca Kelly.
Em apenas seis meses, os resultados foram expressivos: o custo médio por prescrição caiu de R$ 1,1 mil para menos de R$ 600, e a relação entre prescrições e bolsas alcançou o nível de excelência 1:1. Além do impacto financeiro, o projeto trouxe ganhos em segurança assistencial e produtividade.
A iniciativa também se destaca pela possibilidade de ser replicada em outros hospitais do SUS, utilizando equipes e ferramentas já existentes, sem necessidade de novos investimentos.
Para a diretora-presidente da Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau), Marielle Alves Corrêa Esgalha, o projeto representa o compromisso do HRMS com a boa gestão e a melhoria contínua dos serviços. “Essa iniciativa mostra que é possível inovar dentro do serviço público com inteligência, governança e foco no paciente. A economia obtida representa mais recursos disponíveis para aprimorar o atendimento e fortalecer o SUS em nosso Estado”, declara.
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