Campo Grande (MS), Domingo, 17 de Agosto de 2025

MEIO AMBIENTE / CAPITAL

Proibição da murta em Campo Grande reforça combate à praga que ameaça citricultura em MS

Planta serve de abrigo para inseto transmissor do greening, doença que já devastou pomares nos EUA e em São Paulo

30/06/2025

09:45

REDAÇÃO

Fotos: Divulgação

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou projeto de lei que proíbe a produção, comercialização e transporte da planta Murraya paniculata, conhecida como murta de cheiro ou "dama da noite". A iniciativa é vista como um passo decisivo na proteção da citricultura sul-mato-grossense, setor em crescimento no estado e já ameaçado pela pior praga dos cítricos: o greening.

O projeto é de autoria do vereador Veterinário Francisco e, agora, aguarda sanção da prefeita Adriane Lopes. A proposta prevê multa de R$ 1 mil para quem plantar, vender ou transportar a murta em Campo Grande. O valor será dobrado em caso de reincidência, com base em correção pelo IPCA.

Segurança para o setor agrícola

Segundo o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, a proibição representa um avanço sanitário importante para o estado:

“Campo Grande é a cidade com maior concentração de murtas. A aprovação da lei mostra o engajamento do município no esforço estadual para proteger nossos citricultores e consolidar MS como novo polo da citricultura brasileira.”

O texto também determina que o município desenvolva um plano de erradicação das murtas já existentes, começando por áreas públicas e, posteriormente, atingindo imóveis privados.

Por que a murta é perigosa?

De aparência agradável e aroma marcante, a murta era usada com frequência em arborização urbana, mas tornou-se ameaça grave à agricultura. Isso porque ela é a principal hospedeira do psilídeo-da-laranjeira, inseto transmissor do greening – doença sem cura que enfraquece e mata os pés de laranja.

A coordenadora de citricultura da Semadesc, Karla Nadai, alerta que mesmo plantas em áreas urbanas oferecem risco, pois o inseto pode voar até 20 km, alcançando pomares produtivos:

“Não importa se a planta está distante da lavoura. O psilídeo voa e espalha a doença rapidamente. Por isso, é essencial a erradicação total da murta.”

Citricultura em expansão

Com mais de 20 mil hectares de pomares já plantados, o Mato Grosso do Sul deverá atingir 30 mil hectares ainda em 2025, tornando-se um dos principais destinos para investimentos no setor. A erradicação da murta, iniciada por lei estadual sancionada em 2023, é uma das ações que colocam o estado na vanguarda da proteção fitossanitária.

Outras cidades, como Três Lagoas e Dois Irmãos do Buriti, já adotaram legislações semelhantes. Em âmbito estadual, a Lei nº 6.293/2023 proíbe a murta em todo o território de MS.

Além da proibição, o estado mantém acordo com o FundeCitrus, entidade nacional de defesa da citricultura, que já atua em solo sul-mato-grossense com assistência técnica especializada.

A população é peça-chave neste combate. Se você possui pés de murta em casa, procure informações sobre a substituição e evite multas. Proteger a agricultura é proteger a economia e a saúde alimentar do estado.

Para saber mais, acesse: www.semadesc.ms.gov.br

 


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