ALERTA/SAÚDE MENTAL
Cresce o número de jovens com ansiedade e depressão no brasil
Especialistas alertam para sinais silenciosos e reforçam o papel da família na prevenção e no cuidado com a saúde mental
05/06/2025
15:35
REDAÇÃO
MARIA GORETI
A discussão sobre doenças somáticas, como depressão e ansiedade é defendida por especialistas
O número de adolescentes e jovens diagnosticados com ansiedade e depressão tem aumentado significativamente nos últimos anos, especialmente após a pandemia da Covid-19. Mudanças no comportamento, isolamento social, uso excessivo de tecnologia e dificuldades para dormir são sinais que, muitas vezes ignorados, indicam um problema maior: o sofrimento psíquico silencioso que afeta a juventude.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos de saúde mental já estão entre as principais causas de afastamento escolar e de tentativas de suicídio entre jovens brasileiros. A ansiedade, por exemplo, afeta cerca de 9,3% da população adolescente do país — um número considerado elevado.
Sinais de alerta: quando é hora de buscar ajuda
Mudanças repentinas de comportamento, queda no rendimento escolar, desinteresse por atividades antes prazerosas, irritabilidade, alterações no sono e no apetite, além de reclamações físicas como dores de cabeça ou no estômago sem causa aparente, podem ser manifestações de sofrimento emocional.
“A saúde mental dos jovens exige uma escuta qualificada e atenção constante. Muitas vezes, o adolescente não sabe como verbalizar o que está sentindo e isso se manifesta por meio de comportamentos ou sintomas físicos”, explica a psicóloga clínica Ana Beatriz Mota.
Outro fator preocupante é o uso excessivo de telas, como celular, videogames e computadores. Estudos indicam que a hiperconexão está associada ao aumento de quadros de ansiedade, insônia e depressão, especialmente em adolescentes.
Especialistas apontam que o primeiro passo para lidar com o problema é dentro de casa. Ter um ambiente acolhedor, com diálogo aberto e sem julgamentos, é fundamental para que o jovem se sinta seguro em compartilhar seus sentimentos.
“A família precisa estar presente de verdade: conversar, observar, acompanhar. O simples ato de perguntar ‘como você está?’ e escutar com atenção pode mudar tudo”, reforça a psiquiatra infantojuvenil Carolina Torres.
Procurar ajuda profissional é essencial. Psicólogos, psiquiatras e terapeutas estão preparados para orientar e tratar casos desde os mais leves até os mais graves. Muitas escolas também oferecem apoio psicopedagógico e devem ser aliadas nesse processo.
Além disso, a prevenção deve incluir hábitos saudáveis como prática de atividades físicas, boa alimentação, rotina de sono adequada e momentos de lazer fora do ambiente digital.
“Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. O sofrimento psíquico, quando ignorado, pode se agravar e gerar consequências sérias para a vida adulta desses jovens”, conclui a psicóloga Ana Beatriz.
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