SAÚDE | DIA INTERNACIONAL DA TIREOIDE
Distúrbios da tireoide podem afetar a fertilidade e a gestação: alerta médico no Dia Internacional da Tireoide
Condições como hipotireoidismo, hipertireoidismo e Tireoidite de Hashimoto exigem atenção, especialmente em mulheres em idade fértil
25/05/2025
17:35
AGÊNCIA BRASIL
REDAÇÃO
(Freepik/Reprodução)
Neste 25 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Tireoide, uma data que reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico dos distúrbios hormonais causados por essa glândula, essencial ao funcionamento de órgãos vitais como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
Entre os principais distúrbios estão o hipotireoidismo (produção insuficiente dos hormônios T3 e T4) e o hipertireoidismo (produção excessiva desses hormônios). Ambos podem interferir diretamente na fertilidade feminina, afetando a ovulação, o ciclo menstrual e até aumentando os riscos de complicações durante a gestação.
Segundo o médico Marcelo Marinho, diretor do Centro de Reprodução Humana da Clínica Fertipraxis (RJ), a elevação do TSH (hormônio estimulante da tireoide) pode elevar a secreção da prolactina, o que provoca irregularidade menstrual, amenorreia (ausência de menstruação) e dificuldades para engravidar.
“Mulheres com essas alterações hormonais podem ter mais dificuldade para ovular e, quando gestantes, precisam de acompanhamento. Sem tratamento adequado, há risco aumentado de abortamento”, alerta Marinho.
Um dos distúrbios mais comuns é a Tireoidite de Hashimoto, doença autoimune e crônica que afeta entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. Essa condição reduz a produção hormonal e pode causar anovulação e queda na qualidade dos óvulos.
Os sintomas iniciais são muitas vezes sutis, mas com a evolução da doença podem surgir:
Inchaço no pescoço
Fadiga constante
Ganho de peso inexplicado
Pele seca e sensibilidade ao frio
Irregularidades menstruais
Em gestantes, a doença aumenta os riscos de pré-eclâmpsia, parto prematuro, complicações neonatais e aborto espontâneo, especialmente no primeiro trimestre.
Apesar disso, o especialista garante que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível ter uma gestação saudável.
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais de sangue (TSH, T3 e T4) e ultrassonografia da glândula tireoide, que ajuda a identificar nódulos ou cistos.
Segundo a endocrinologista Carolina Ferraz, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o hipotireoidismo causa queda de energia, depressão, constipação, queda de cabelo e ressecamento da pele. Já o hipertireoidismo provoca sudorese excessiva, insônia, agitação, taquicardia e diarreia.
“Se o corpo está com pouca produção de hormônios, o tratamento é com reposição hormonal. Quando há excesso, usa-se medicação para frear a produção, e em casos mais graves pode ser necessário iodo radioativo ou cirurgia”, explica Ferraz.
A tireoide é uma glândula com formato de borboleta, localizada na parte frontal do pescoço, que envolve a traqueia. Os hormônios que ela produz — T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) — são fundamentais para o funcionamento metabólico do corpo desde a vida intrauterina até a velhice.
Distúrbios da tireoide são comuns e altamente tratáveis, mas requerem atenção aos sintomas e exames de rotina. Mulheres que desejam engravidar ou estão enfrentando irregularidades menstruais devem incluir a avaliação da tireoide no acompanhamento ginecológico.
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