Na manhã desta terça-feira (20), uma tragédia de grandes proporções atingiu a região entre Jaraguari e Campo Grande, com o rompimento da barragem do Nasa Park. O desastre resultou na destruição de casas, danos à infraestrutura e um grande impacto na vida dos moradores locais.

Luzia Ramos do Prado, uma aposentada de 60 anos, viu sua residência de 36 anos ser levada pela força das águas. Em um relato comovente, Luzia expressou sua dor e gratidão por ter sobrevivido ao desastre. “Perdi tudo, mas sobrou meus filhos, sobrou a vida”, afirmou Luzia, refletindo sobre a magnitude da perda e a importância de sua família.

A situação se agravou quando a Defesa Civil emitiu um alerta de emergência para os moradores, informando que a barragem havia rompido e que a situação não podia ser controlada. Minutos antes do rompimento, a filha de Luzia, que estava na cidade, recebeu o aviso e rapidamente ligou para sua mãe. Com a ajuda do aviso, Luzia conseguiu fugir a tempo, entrando em um carro e deixando a casa momentos antes do desastre.

“Foi um estrondo, hoje eu estou vivendo um pesadelo. Os três minutos que Deus fez a gente sair com vida. Foi Deus e eu creio nisso e vou morrer crendo nisso”, destacou Luzia.

A casa de Luzia, que ela havia construído "tijolinho por tijolinho", estava completamente destruída, repleta de lama, galhos e madeiras. Na garagem, um carro Ford Fiesta também foi danificado pela água.

Luzia e sua família saíram com apenas o essencial, sem documentos, cartões de crédito ou dinheiro. Ela descreveu a situação como uma perda total: “Saímos com o chinelo e Deus. Não sei para onde ir, acho que eu tinha mil reais na bolsa, não tenho mais. Estou nas mãos de Deus e ele proverá.”

Seu filho, Tiago Andelço, de 35 anos, lamentou também a perda de propriedades rurais, incluindo animais que foram levados pela correnteza. “Esse foi o pior barulho que ouvi na minha vida. Acabamos perdendo tudo. Tentei salvar alguns animais, mas a maioria acabou sendo arrastada pela água”, relatou Tiago.

A tragédia afetou entre 8 e 10 casas na região mais baixa, todas gravemente danificadas. Tiago criticou a falta de ação preventiva, considerando o evento uma consequência de negligência: “Isso não foi acidente, foi negligência e todo mundo da região já sabia que isso podia acontecer, só não sabíamos quando.”

O rompimento da barragem causou bloqueios significativos na BR-163, com a rodovia completamente interditada. Motoristas foram orientados a retornar a Campo Grande ou seguir por rotas alternativas, como o anel rodoviário Dr. Ricardo Trad e a estrada de acesso ao Bonfim. O congestionamento chegou a 4 quilômetros no sentido Norte e 3 quilômetros no sentido Sul.

O rompimento causou um enorme prejuiso deicxando árias famílias em uma situação crítica, com esforços sendo direcionados para a ajuda às vítimas e a recuperação da área devastada. A comunidade local enfrenta um desafio imenso, tentando reconstruir suas vidas após o desastre.

Com Informações do Campograndenews