Campo Grande (MS), Domingo, 24 de Novembro de 2024

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Paulo Duarte pretende formular lei para evitar plantio de soja no Pantanal

10/06/2022

11:00

ASSECOM

deputado estadual Paulo Duarte (PSB)

Com base em imagens de satélite, o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) denunciou na tribuna, durante sessão ordinária da última terça-feira (7), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a plantação de soja em terras pantaneiras. O parlamentar falou da importância de se formular uma legislação que proteja o bioma sul-mato-grossense e está empenhado a levar esse debate para os representantes da classe produtora.

“Recebi provas que identificam o plantio de soja em duas áreas contíguas de 288 hectares, em Aquidauana e outra de 317 hectares, em Coxim. Podem ser áreas pequenas diante da imensidão do bioma, mas não podemos transformar o nosso Pantanal em mais uma fronteira agrícola, uma vez que temos regiões vocacionais para o plantio de soja no Estado”, destacou.

De acordo com Paulo Duarte, as áreas constam no Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do Estado de Mato Grosso do Sul, com a recomendação de não se instalar empreendimentos que prejudiquem o bioma. “Recomendar não é impor. Já levei a preocupação aos setores ambientais do Governo do Estado. Devemos evitar que aconteça com o Pantanal o que ocorreu com o Rio Taquari, consequência de uma agricultura desenfreada e descontrolada”, afirmou.

O deputado ressaltou, ainda, que não não é um posicionamento “contra os produtores rurais, mas existe a necessidade de discutir uma legislação sobre o plantio de soja no Pantanal e a hora é agora”. Duarte também lembrou que a vocação do Pantanal não está no plantio da soja. “Há mais de cem anos o pantaneiro é o guardião do bioma, que tem como principal vocação a pecuária extensiva”, reforça.

O Pantanal é a maior área úmida do planeta. No Mato Grosso do Sul, ocupa cerca de 25% do território. Em relação aos limites do bioma, a porção no Estado representa 26% de área no planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP) e 11% das planícies do Pantanal. 

“As chuvas estão mais escassas. Não temos mais o mesmo período de cheia, que geralmente está no pico no mês de junho. A questão é gravíssima, pois o Pantanal é sensível. Não podemos varrer essa denúncia para debaixo do tapete, pois é assim que começa um desastre ambiental. Vamos lutar para entregar o meio ambiente preservado para as futuras gerações”, disse Duarte.

Sabendo da importância do tema, o parlamentar já apresentou a questão ao presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni. “A Famasul, assim como o Governo do Estado e Imasul, também teve a sensibilidade de ouvir e acredito que irá unir forças para debatermos a fundo essa situação. Também pretendo levar essa discussão para a classe produtora e promotoria do Meio Ambiente”, revela.

 


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