Ao chamar a aten��o para o crescente individualismo, esse fen�meno global em boa parte estimulado pelas redes sociais conectadas, que tantas vezes aproximam os distantes e distanciam os pr�ximos, o deputado federal F�bio Trad (PMDB-MS) evidenciou, nessa quinta-feira (28), sua preocupa��o com a solid�o dos que se auto exilaram do mundo real para ficar quase que exclusivamente ligados � internet. Para ele, � importante a preserva��o dos la�os familiares e comunit�rios entre os seres humanos.
�N�o se trata, obviamente, de questionar os inestim�veis benef�cios, de resto irrevers�veis, da internet, das redes sociais, para o indiv�duo e para a democracia�, ressalvou F�bio Trad, em pronunciamento na C�mara Federal. �O que devemos discutir, nos parlamentos, na academia e nas pr�prias redes sociais, � o crescente fen�meno do excessivo isolamento objetivo das pessoas, muitas delas com milhares de amigos virtuais enquanto amargam a solid�o na vida real�, alertou.
O reflexo direto desse fen�meno, na opini�o do parlamentar sul-mato-grossense, � o �esgar�amento do esp�rito comunit�rio, a dilui��o dos la�os de comunidade� em torno dos quais se assentou, at� aqui, a sociedade contempor�nea. �N�o devemos temer o novo. Por�m, como l�deres pol�ticos temos a responsabilidade de contribuir para que a sociedade o absorva�, defendeu.
Citando o renomado soci�logo polon�s Zygmunt Bauman, o deputado F�bio Trad apontou que o retrato social de nossa �poca, segundo aquele estudioso, exp�e �o indiv�duo solit�rio numa multid�o de solit�rios� � e esse isolacionismo, ali�s inerente � uma tal de p�s-modernidade pausterizante, tem profundos reflexos na escala de valores sociais e humanos e, por isso mesmo, nas liberdades democr�ticas em constru��o permanente.
Para F�bio, seguran�a e liberdade s�o os dois pilares b�sicos para uma vida digna e relativamente feliz. �Seguran�a sem liberdade � escravid�o; e liberdade sem seguran�a significa o caos�, afirmou ele, recorrendo mais uma vez a Bauman. A busca, talvez imposs�vel, da f�rmula para harmonizar esses dois valores, na avalia��o do deputado, constitui o desafio permanente da democracia, a qual, por isso mesmo, � processo cont�nuo e n�o um fim a ser alcan�ado.
�Dessa perspectiva, a crescente autonomia do indiv�duo como afirma��o da plena liberdade parece avan�ar hoje para a exacerba��o do individualismo que, em �ltima inst�ncia, resulta no enfraquecimento dos la�os de solidariedade e de concreto conv�vio das diferen�as, insumos fundamentais para o am�lgama da democracia�, salientou o parlamentar, que rejeita o individualismo narc�sico, cada vez mais facilitado pela �solidariedade virtual� que idealiza os distantes e ignora ou rejeita os pr�ximos e reais.