Campo Grande (MS), Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Dilma veta medida que reduziria valor de multas a planos de saúde

14/05/2014

15:46

CMS


Uma proposta para reduzir o valor das multas aplicadas às operadoras de planos de saúde, incluída em uma Medida Provisória (MP) sobre outro assunto, foi vetada pela presidente Dilma Rousseff, segundo publicação no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (14). 

"A medida reduziria substancialmente o valor das penalidades aplicadas, com risco de incentivo à prestação inadequada de serviço de saúde. Além disso, o dispositivo enfraqueceria a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), causando desequilíbrio regulatório", apontam as razões do veto. 

O projeto havia sido aprovado no Senado em abril. No entanto, na ocasião, o relator-revisor da MP, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já havia dito que a presidente a vetaria. 

As novas regras foram incluídas em uma MP que tratava de outro tema, completamente diferente: a tributação de empresas brasileiras no exterior. O relator da medida foi o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha. 

A medida proposta mudaria a forma de cobrança de multas às operadoras de planos de saúde. O texto reduziria as punições aplicadas hoje pelo órgão de fiscalização, a ANS. 

Atualmente, por infração cometida, as operadoras pagam multas que variam de R$ 5 mil a R$ 1 milhão – valor multiplicado pelo número de ocorrências. Com a nova medida, seria criada uma tabela, válida até 31 de dezembro, para definir melhor essa questão. 

Se o plano de saúde cometesse de 2 a 50 infrações do mesmo tipo, pagaria multa por apenas duas infrações, considerando-se a de maior valor. O último patamar seria acima de mil infrações e, nesse caso, o plano pagaria como se tivesse cometido apenas 20. A cobrança também seria feita pela multa maior. 

Na prática, hoje, se uma operadora negar um procedimento (como cirurgia) pode pagar multa de R$ 80 mil. Se a negativa de cobertura ocorrer 50 vezes, deverá pagar R$ 4 milhões. Com a nova regra, a multa cairia para R$ 160 mil. 

O Instituto Brasileiro de Estudos e Defesa do Consumidor (Ibedec) criticou a proposta quando foi divulgada. "Você estimula a impunidade e faz com que o consumidor tenha um gasto maior com advogado para interpor uma ação", comentou o diretor do Ibedec, Geraldo Tardin. 

Na época, o relator da MP, Eduardo Cunha, não quis gravar entrevista. Mas disse, por telefone, que o objetivo do texto era coibir abusos e possíveis casos de corrupção na fiscalização das operadoras de saúde.

Fonte: G1
Foto: Ilustração

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