Campo Grande (MS), Sábado, 10 de Maio de 2025

Papa Francisco diz que seu reinado será breve e que não se sente só

13/03/2015

13:42

CMS

Pont�fice afirmou que tem sensa��o de que ficar� no cargo por 4 ou 5 anos.Ele descartou a imposi��o de um limite de tempo para o papado.

O Papa Francisco gesticula ao falar a cardeais durante in�cio de consist�rio nesta quinta-feira (12)
 no Vaticano (Foto: Andreas Solaro/AFP)

O Papa Francisco confessou que tem a sensa��o de que seu pontificado ser� breve, de quatro ou cinco anos, e que n�o se sente sozinho e sem apoio para governar a Igreja.

Em uma longa entrevista exclusiva com a correspondente da televis�o mexicana Televisa, Valentina Alazraki, por ocasi�o de seu segundo ano de pontificado, o santo padre falou sobre sua elei��o, dos esc�ndalos, de seus limites como pessoa, de sua vis�o do papado, do M�xico, da imigra��o e at� brincou sobre o "ego" enorme dos argentinos.

"Tenho a sensa��o que meu pontificado ser� breve. Quatro ou cinco anos. N�o sei, ou dois, ou tr�s. Pelo menos dois j� passaram. � como uma sensa��o vaga. � como a psicologia de quem joga e acredita que vai perder para n�o se desiludir (...) Tenho a sensa��o de que o Senhor me colocou aqui para uma miss�o breve", confessou.

Francisco, de 78 anos, descarta um limite de idade ao pontificado j� que considera que "o papado tem algo de �ltima inst�ncia", e que n�o deve ter um t�rmino fixado.

Questionado sobre se gosta de ser Papa, Francisco respondeu com resigna��o: "N�o me desagrada!"

(Corre��o: esta reportagem foi publicada com erro de tradu��o no trecho em que Francisco � questionado se gostava de ser Papa. Inicialmente, a resposta foi 'n�o gostava', mas o correto � 'n�o desgostava'. A ag�ncia de not�cias France Presse admitiu o equ�voco. A informa��o foi corrigida �s 13h46.)

Francisco tamb�m surpreendeu com uma brincadeira sobre o ego dos argentinos e confessou que n�o gosta muito de viajar, que � muito apegado a seus h�bitos e voltou a criticar a C�ria Romana, a poderosa m�quina central da Igreja, alvo h� anos de intrigas e esc�ndalos financeiros.

"Esta � a �ltima corte que resta na Europa. As demais cortes se democratizaram, incluindo as mais cl�ssicas', assegurou ao reiterar que se prop�e a 'mud�-la".

O Papa afirmou que "n�o se sente sozinho" e aproveitou para acabar com a pol�mica com o governo do M�xico provocadas por um e-mail privado a um amigo onde pedia que evitasse a mexicaniza��o da Argentina � respeito da viol�ncia do narcotr�fico.

"Evidentemente que � uma express�o. N�o tem nada a ver com a dignidade do M�xico. Como quando falamos da balcaniza��o, nem s�rvios, nem maced�nios, nem croatas se sentem ofendidos", explicou.

Segundo ele, o narcotr�fico que mant�m o M�xico em uma espiral de viol�ncia � responsabilidade de todos e culpar apenas o governo "� a resposta mais simplista".

Ao fazer uma reflex�o sobre as sangrentas repercuss�es do tr�fico de drogas no M�xico o Papa se perguntou: "Quem tem a culpa?", uma pergunta que, sugeriu, a maioria das pessoas responde apontando o governo.

"Sempre os governos t�m a culpa de tudo, mas essa � a resposta mais superficial (...) todos temos de alguma maneira a culpa (...) sei que � dif�cil denunciar um narcotraficante, mas todos devemos disponibilizar o ombro" para carregar a responsabilidade compartilhada, disse o Papa, que na quinta-feira completou dois anos de pontificado.

Tamb�m anunciou que visitar� o M�xico em uma data que ainda ser� determinada.

Em refer�ncia ao caso dos 43 estudantes desaparecidos e provavelmente massacrados depois de terem sido baleados por policiais corruptos e criminosos no dia 26 de setembro em Iguala (Guerrero, sul), o Papa disse que a indiferen�a ante a viol�ncia derivada do narcotr�fico torna todos respons�veis.

O breve epis�dio de tens�o do Papa com o M�xico aconteceu em fevereiro, quando um legislador de Buenos Aires amigo de Francisco divulgou um e-mail no qual o pont�fice falava de "evitar a mexicaniza��o" da Argentina, em refer�ncia � viol�ncia do narcotr�fico.

O governo mexicano considerou que estes coment�rios podiam estigmatizar o pa�s, mas o caso se dissipou rapidamente com uma troca de notas diplom�ticas.

Francisco reafirmou na entrevista de quinta-feira que tudo est� em paz entre o Vaticano e o governo do M�xico, o segundo pa�s com mais cat�licos do mundo, atr�s apenas do Brasil.

"Isso n�o fechou as portas do M�xico para mim, vou ao M�xico", declarou o primeiro Papa latino-americano da hist�ria sem dizer quando a visita ser� realizada.



Da France Presse

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