Campo Grande (MS), Quarta-feira, 01 de Outubro de 2025

SAÚDE MENTAL / RISCOS DO ÁLCOOL

Estudo global relaciona consumo de álcool ao aumento de suicídios e agravamento da saúde mental

Pesquisa canadense com dados de 101 países indica que o consumo de álcool eleva em 3,59% a taxa de mortes por suicídio para cada litro consumido por habitante. Especialistas brasileiros reforçam a necessidade de políticas públicas, acolhimento e redução de danos para minimizar os impactos na saúde mental.

30/09/2025

08:25

REDAÇÃO

Participantes de ato na orla de Copacabana vestem amarelo em campanha do Setembro Amarelo, promovendo a prevenção ao suicídio com mensagens de apoio e incentivo à vida.

Um recente estudo conduzido por pesquisadores canadenses reuniu dados de 13 pesquisas anteriores, abrangendo 101 países, para analisar a relação entre o consumo de álcool e a saúde mental. A meta-análise, publicada em uma revista da Associação Médica Americana, apontou que cada litro adicional no consumo médio per capita está associado a um aumento de 3,59% na taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes.

Segundo a psiquiatra Alessandra Dielh, da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, o álcool pode funcionar como um gatilho para tentativas de suicídio, mesmo entre pessoas que não possuem dependência. “O consumo de álcool atua como um disparador em muitos casos de autoagressão”, afirma.

A diretora da Associação Brasileira de Psiquiatria, Miriam Gorender, destaca que o álcool é um depressor do sistema nervoso central e pode agravar quadros depressivos e ansiosos. “O uso abusivo pode causar sequelas permanentes no funcionamento cerebral e piorar significativamente a saúde mental”, explica.

Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que o álcool foi responsável por 18% das mortes por suicídio no mundo em 2019, representando mais de 203 mil óbitos. No Brasil, o consumo médio por pessoa em 2019 foi de 7,7 litros, acima da média global de 5,5 litros, e mais de 20% da população adulta faz uso abusivo da bebida.

Especialistas reforçam a importância de políticas que promovam prevenção, controle do consumo e redução de danos, especialmente entre adolescentes, grupo mais vulnerável aos efeitos do álcool no desenvolvimento cerebral.

 


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