FAMASUL / MEIO AMBIENTE
MS avança na redução de carbono com ações e incentivos aos produtores rurais
Tecnologia, práticas sustentáveis e assistência técnica fortalecem o protagonismo do campo na agenda climática rumo à neutralidade até 2030
06/08/2025
08:25
ASSECOM
@DIVULGAÇÃO
Mato Grosso do Sul assumiu a meta climática de se tornar o estado carbono neutro até 2030. O desafio, lançado pelo governo estadual, se transforma em oportunidades concretas no campo, onde o agronegócio sul-mato-grossense já é referência em práticas de baixa emissão e tem papel estratégico na transição para uma economia mais sustentável.
De acordo com a consultora técnica da Famasul, Ana Beatriz, a agricultura de baixo carbono já é uma realidade em expansão, ao integrar conservação ambiental, eficiência produtiva, viabilidade econômica e responsabilidade social.
Mato Grosso do Sul tem um portfólio consolidado de práticas em agricultura de baixo carbono e é referência nacional no tema. O estado lidera em área com Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, com mais de 3 milhões de hectares. “Também se destacam ações como a recuperação de pastagens degradadas, florestas plantadas e o uso crescente de tecnologias sustentáveis, como bioinsumos, fixação biológica de nitrogênio e sistemas irrigados”, explica Ana Beatriz
Além da adoção dessas tecnologias produtivas, a área destinada à preservação da vegetação nativa dentro das propriedades privadas no estado, equivale a cerca de 35% do território de Mato Grosso do Sul, segundo dados do Cadastro Ambiental Rural — um indicativo claro do compromisso do setor com a sustentabilidade.
No panorama da preservação ambiental, o Pantanal se destaca por manter cerca de 87% de seu bioma em estado natural, apresentando a menor perda relativa de cobertura vegetal entre todos os biomas brasileiros no período de 2000 a 2018. Iniciativas como o PSA Pantanal, por meio do subprograma “Conservação e Valorização da Biodiversidade”, remuneram produtores pela vegetação nativa excedente em suas propriedades, valorizando a conservação e reconhecendo o papel estratégico da produção sustentável para o cumprimento das metas de carbono neutro estabelecidas pelo Estado.
A adesão do produtor rural sul-mato-grossense às práticas sustentáveis já é uma realidade e tem atingido outros patamares, impulsionada não apenas por exigências legais, mas por oportunidades de mercado, acesso ao crédito, eficiência produtiva e capacitação técnica.
“Mais do que uma questão econômica, a agricultura de baixo carbono é um compromisso com a conservação ambiental, que também envolve inclusão social e rentabilidade”, reforça a consultora da Famasul.
O protagonismo da agropecuária na mitigação climática vai além do plano estadual. Durante a COP28, a agricultura foi oficialmente reconhecida como parte da solução para as mudanças climáticas e considerada um dos temas mais relevantes da Declaração de Sistemas Alimentares. Já na COP29, foi formalizado um acordo para a criação de um mercado mundial de créditos de carbono.
Esses avanços abrem novas oportunidades econômicas para o produtor brasileiro e Mato Grosso do Sul já está se preparando para esse cenário, com políticas públicas alinhadas e iniciativas planejadas a longo prazo.
O Sistema Famasul tem atuado diretamente para apoiar o produtor nesse processo de transição. Em parceria com a Biosul, a campanha “Movido pelo Agro – Etanol” incentiva o uso do biocombustível como alternativa de menor emissão. Na primeira edição, foram abastecidos mais de 91 mil litros de etanol, evitando a emissão de mais de 90 toneladas de CO₂.
Outra frente importante é o projeto “Carbono ATeG”, iniciado pelo Senar/MS, que começou a mensurar as emissões de gases de efeito estufa em propriedades rurais. A primeira etapa incluiu 30 propriedades, e os resultados devem embasar ações futuras mais assertivas e personalizadas.
Com metas claras, políticas públicas robustas e o engajamento crescente dos produtores rurais, Mato Grosso do Sul está se posicionando como referência nacional no avanço rumo ao carbono neutro. O agro já está entregando resultados e tem grande potencial para continuar liderando esse processo com base em ciência, inovação e responsabilidade.
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