DAKILA PESQUISAS
Expedição do ecossistema Dakila investiga o misterioso caminho do Peabiru em Santa Catarina
28/11/2024
12:00
REDAÇÃO
A equipe utilizou o helicóptero para acessar áreas remotas do Caminho do Peabiru, facilitando a exploração e o mapeamento de possíveis trechos históricos da antiga rota indígena.
A equipe do Ecossistema Dakila, liderada por seu presidente Urandir Fernandes de Oliveira, realizou a primeira expedição dedicada a investigar o histórico e enigmático Caminho do Peabiru, no estado de Santa Catarina. A expedição contou com a colaboração de diversos especialistas, incluindo os historiadores André Rockenbach, da Brasil Primitivo, e Henrique Khune, além do escritor Isaque de Borba Corrêa, o montanhista Douglas Schon e a professora universitária Fátima Vieira.
O Caminho do Peabiru é uma antiga rede de trilhas que atravessava a América do Sul, ligando o Atlântico ao Pacífico e conectando diversas regiões estratégicas. Usado por diversos povos indígenas antes da chegada dos colonizadores, esse caminho tinha grande importância comercial e cultural, sendo utilizado para o intercâmbio de mercadorias como penas, mel, sementes e outros produtos.
O nome "Peabiru" vem do guarani "py’ahíru", que pode ser traduzido como "caminho que leva à riqueza" ou "caminho da terra sem mal", refletindo o significado simbólico e econômico dessas rotas. Durante a colonização, os jesuítas associaram o caminho à narrativa religiosa, apelidando-o de "Caminho de São Tomé", com a crença de que o apóstolo teria passado por essas terras.
De acordo com o escritor Isaque de Borba Corrêa, especializado nos mistérios do Peabiru, "o Peabiru é um símbolo de integração cultural. A ideia de que São Tomé poderia ter trilhado esse caminho dá um significado místico e histórico à rota."
A expedição fez uso de tecnologia avançada, como o LiDAR (Light Detection and Ranging), que permite a realização de mapeamentos tridimensionais detalhados, mesmo em áreas densamente vegetadas. "Com o LiDAR, conseguimos enxergar detalhes no terreno que antes seriam invisíveis, possibilitando identificar traços ocultos de caminhos antigos", explicou Urandir Fernandes de Oliveira, presidente do Ecossistema Dakila.
Douglas Schon, montanhista e especialista em topografia, mapeou potenciais trechos do caminho, enquanto Beatriz Campos, pesquisadora do Ecossistema Dakila, destacou a importância de explorar as origens dos povos antigos. "Estamos desvendando segredos que remontam ao início da civilização, contribuindo para a compreensão da história humana", afirmou.
A participação da comunidade local também tem sido essencial para o sucesso da expedição. A diretora de pesquisas de Dakila, Fernanda Lima, ressaltou a importância de envolver os catarinenses no processo. "Receber sugestões e acompanhar o interesse do público tem enriquecido nosso trabalho. Essa troca de informações é essencial para o avanço das investigações."
A expedição não se limita apenas à identificação de possíveis trechos do Caminho do Peabiru, mas também visa promover a valorização cultural e histórica da região, além de incentivar futuras descobertas. O historiador André Rockenbach resumiu o impacto da iniciativa, afirmando: "Esse trabalho é fundamental para aproximar a humanidade da realidade histórica, oferecendo uma nova perspectiva sobre nossas origens."
Com a continuidade da expedição e o uso de novas tecnologias, os pesquisadores esperam desvendar mais mistérios do Caminho do Peabiru, ampliando o entendimento sobre as civilizações antigas da América do Sul e suas trocas culturais e comerciais.
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