Campo Grande (MS), Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

SAÚDE

Setembro amarelo: desequilíbrios hormonais e seu impacto nos sintomas depressivos

08/09/2024

08:00

MARIA GORETI

Freepik

Setembro é o mês da conscientização sobre a prevenção do suicídio, conhecido como Setembro Amarelo. É um momento crucial para discutir e entender as múltiplas causas da depressão, incluindo os desequilíbrios hormonais, que podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento ou agravamento dos sintomas depressivos.

Hormônios e Sua Influência na Saúde Mental

Os hormônios são substâncias químicas essenciais que regulam diversas funções corporais. Quando esses mensageiros químicos estão desequilibrados, podem causar uma série de sintomas, como estresse, tristeza, fadiga e irritabilidade. Larissa Figueiredo, endocrinologista e consultora médica do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca a importância do equilíbrio hormonal para a manutenção da saúde mental: "Cada hormônio no corpo tem um nível ideal para manter o equilíbrio. O desequilíbrio pode ter efeitos notáveis na saúde mental."

A tireoide, localizada na parte anterior do pescoço, é crucial para a produção de hormônios como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o funcionamento de órgãos vitais, incluindo o cérebro. Distúrbios como o hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios) e o hipotireoidismo (produção reduzida) podem causar sintomas que se sobrepõem aos da depressão, como alterações no sono, aumento de peso, desânimo, cansaço e irritabilidade. "É importante que pacientes com esses distúrbios recebam tratamento adequado, como a reposição hormonal, para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida", explica Figueiredo.

O cortisol, conhecido como o "hormônio do estresse", é produzido pelas glândulas suprarrenais e desempenha um papel vital na resposta ao estresse, regulação do metabolismo e resposta inflamatória. Desequilíbrios nos níveis de cortisol, especialmente durante períodos de estresse prolongado, podem levar a insônia, fibromialgia, fadiga crônica, e aumento do risco de doenças cardiovasculares. Figueiredo acrescenta: "Em pessoas com depressão, os níveis de cortisol costumam estar elevados. O tratamento geralmente se concentra em manejo do estresse e mudanças no estilo de vida."

Diagnóstico e Avaliação Hormonal

Para investigar distúrbios hormonais, é essencial consultar um endocrinologista, que pode solicitar exames específicos para avaliar a produção de hormônios. A bioquímica e especialista em análises clínicas do Sabin, Gélida Pessoa, destaca os exames mais comuns: "A dosagem do TSH, junto com T3 e T4, é fundamental para diagnosticar e monitorar doenças da tireoide, enquanto a análise dos níveis de cortisol pode ser feita através de saliva, sangue ou urina."

Menopausa e Andropausa: Impactos Adicionais

Além dos hormônios tireoidianos e cortisol, a menopausa e a andropausa também merecem atenção. Durante a menopausa, a queda nos níveis de estrógenos pode desencadear sintomas depressivos. De forma semelhante, na andropausa, a diminuição da testosterona nos homens pode resultar em sintomas depressivos, como falta de energia e baixa autoestima. "A avaliação de todo o painel hormonal, incluindo os hormônios sexuais, é essencial para entender e tratar distúrbios do humor como ansiedade e depressão", enfatiza Larissa Figueiredo.

Neste Setembro Amarelo, é fundamental ampliar a compreensão sobre como os desequilíbrios hormonais podem influenciar a saúde mental. O tratamento adequado e a atenção aos níveis hormonais podem ser passos importantes para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas afetadas. Se você ou alguém que você conhece está lutando com sintomas depressivos, considere a consulta com um endocrinologista para uma avaliação completa.


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