JUSTIÇA
Mulher que levou idoso morto ao banco vai passar por audiência de custódia nesta quinta (18)
Érika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante por conta do caso na última terça (16)
18/04/2024
10:00
DIÃRIO DO NORDESTE
Érika afirma que levou homem ao banco por vontade dele, que solicitaria empréstimo compra de TV e reforma @Reprodução do Twiter
Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, presa em flagrante após levar o idoso Paulo Roberto Braga, de 68, a uma agência bancária para sacar um empréstimo, e o óbito do homem ser constatado no local, passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (18). O rito judicial, marcado para as 13h, é necessário para que a Justiça decida se Érika será solta ou permanecerá na prisão.
Ela foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver, mas alega que o homem, que ela diz ser seu tio, estava vivo quando chegou à agência bancária, em Bangu, no Rio de Janeiro. O médico do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que foi chamado por funcionários do banco para atender ao homem, atestou, no entanto, que ele já estava morto há algumas horas.
As imagens do momento repercutiram nas redes sociais e causaram espanto. Érika surge ao lado do idoso, que estava em uma cadeira de rodas, movimentando-o e pedindo para que ele assinasse um documento que aprovava a liberação de R$ 17 mil. Enquanto a mulher se esforçava para concluir o processo, agentes bancários se espantavam com a inércia do homem.
A mulher, que informou à polícia ser cuidadora e sobrinha dele, chega a dizer que ele "era assim mesmo".
Ao perceberem que havia algo errado com a situação do homem, os funcionários chamaram o Samu.
"Acho que ele não tá legal. É... Ele não tá bem não", disse uma das mulheres responsáveis pelo atendimento. A morte foi constatada por volta das 15h20 e o laudo, concluído na noite de quarta (17), aponta que o óbito ocorreu entre 11h30 e 14h30 da terça, por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca.
O delegado Fábio Luiz, responsável pelo caso, disse que o esclarecimento - se a vítima já chegou morta ao banco ou morreu dentro da agência - altera pouco o crime investigado.
"Isso interfere pouco na investigação. O próprio vídeo deixa claro para quem está vendo, por imagem, que aquela pessoa está morta. Imagine ela que não apenas está vendo, mas vendo e tocando. Só o fato de ela ter dado continuidade, mesmo com ele morto, já configura os crimes pelos quais ela vai responder", disse nessa quarta-feira (17) Fábio Luiz, à TV Brasil.
A advogada de Érika, Ana Carla de Souza Correa, afirma que o homem estava vivo quando chegou ao banco, e que sua cliente se encontrava em estado emocional abalado e sob efeito de remédios. O motorista de aplicativo que levou Érika e Paulo até a agência afirmou que o idoso estava vivo no trajeto.
A 34ª DP está no comando do caso e deve investigar, a partir de agora, qual a relação entre Érika e Paulo. "Ela disse que é sobrinha, mas a documentação aponta que é prima. A alegação é de que houve um erro de registro por parte da avó, mas isso ainda será esclarecido", disse o delegado Fábio Luiz.
Segundo ele, é importante definir a hora da morte de Paulo Roberto, mas, ainda assim, o vídeo feito durante o atendimento já constata que o homem estava morto quando foi gravado. Paulo Roberto foi internado no dia 8 de abril com quadro de infecção pulmonar, deixando a UPA de Bangu no dia 15 de abril após melhora no quadro clínico.
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