MEIO AMBIENTE
Campo Grande será sede da COP15 em 2026, focada na conservação das espécies migratórias
31/03/2025
07:20
REDAÇÃO
@Divulgação
A 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS) acontecerá em Campo Grande (MS) entre os dias 23 e 29 de março de 2026. O anúncio foi feito pelo governo brasileiro e o Secretariado da CMS na quarta-feira (26 de março de 2025), e a confirmação oficial foi feita ao Governo do Estado na quinta-feira (27) pelo ministro substituto do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, durante a cerimônia de lançamento do Pacto pelo Pantanal.
A COP15 é um evento multilateral considerado fundamental para a proteção da fauna migratória global. Ela reunirá governos, cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil para discutir os desafios urgentes da conservação das espécies migratórias e seus habitats. Essas espécies enfrentam ameaças crescentes devido à atividade humana e às mudanças climáticas.
O evento é aguardado com grande expectativa, pois deve atrair cerca de 130 países e entre 4 a 5 mil participantes, conforme antecipado pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). A escolha de Mato Grosso do Sul como sede para esse importante evento se deu devido às políticas ambientais já consolidadas no estado.
Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a realização da COP15 em Campo Grande reforça o compromisso do Brasil com a proteção da biodiversidade e com a preservação da fauna migratória. O Pantanal, um dos biomas mais ricos e vibrantes do mundo, servirá como o cenário ideal para o diálogo internacional sobre conservação e desenvolvimento sustentável.
O Brasil, membro da CMS desde 2015, é reconhecido por sua biodiversidade incomparável. O país abriga uma vasta gama de espécies migratórias, incluindo a onça-pintada, morcegos-de-cauda-livre-mexicanos, falcões-peregrinos, além de tubarões, arraias, tartarugas marinhas, baleias e mamíferos aquáticos. Esses animais dependem dos habitats brasileiros para reprodução, alimentação e descanso durante suas migrações.
O Brasil tem se destacado pela implementação de legislações ambientais rigorosas e pela cooperação internacional para a conservação dessas espécies. Algumas das espécies mais ameaçadas de extinção, listadas no Anexo I da Convenção, recebem proteção especial dentro da rede nacional de conservação.
A conservação das espécies migratórias é urgente, pois elas desempenham papéis essenciais no equilíbrio ecológico, como polinização, dispersão de sementes, controle de pragas e doenças, e sustentação de atividades econômicas como o ecoturismo e a pesca sustentável. No entanto, muitas dessas espécies estão sob risco de extinção devido à superexploração de seus habitats e às mudanças climáticas, conforme relatado no estudo "O Estado das Espécies Migratórias do Mundo" divulgado na COP14, realizada em 2024.
A COP15 deve focar em temas fundamentais para a conservação da fauna migratória, tais como:
Compromissos Políticos Globais: Aprovação de declarações ministeriais que reforcem o compromisso internacional com a conservação das espécies migratórias.
Inclusão de Novas Espécies: Revisão e inclusão de novas espécies nas listas da CMS, aumentando a proteção internacional para elas.
Combate à Caça Ilegal: Fortalecimento de políticas para combater a caça e o comércio ilegal de espécies migratórias.
Preservação de Corredores Ecológicos: Iniciativas para garantir a conectividade entre habitats migratórios essenciais para a continuidade das jornadas dessas espécies.
Ampliação do Plano Estratégico de Samarcanda (2024–2032): Definição de novas metas para a próxima década e avaliação dos avanços das metas anteriores.
Expansão de Iniciativas de Conservação: Fortalecimento de programas de conservação, como a Iniciativa CMS Jaguar para a Onça-Pintada.
Cooperação Internacional: Articulação com outras convenções ambientais, como a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas) e a Convenção de Ramsar sobre zonas úmidas.
A CMS é um tratado internacional criado em 1979, promovido pelas Nações Unidas, com 133 países signatários. Ela estabelece uma plataforma global para a conservação de espécies migratórias, incluindo animais terrestres, aquáticos e aviários.
A COP é o principal órgão decisório da CMS e se reúne a cada três anos para definir políticas e diretrizes. A COP14 ocorreu em Samarcanda, Uzbequistão, em 2024, e a COP15, a ser realizada em Campo Grande, tem o objetivo de reforçar a cooperação internacional em prol da proteção da fauna migratória.
A COP15 em Campo Grande será uma oportunidade única para fortalecer a cooperação internacional na proteção das espécies migratórias e seus habitats. O evento trará à tona importantes discussões sobre a conservação da biodiversidade, a implementação de políticas ambientais eficazes e o fortalecimento das parcerias globais para um futuro mais sustentável. A realização da COP15 no Brasil é um marco importante para consolidar o protagonismo do país nas discussões ambientais globais e reforçar seu compromisso com a preservação da fauna migratória e dos ecossistemas essenciais para a sobrevivência dessas espécies.
A realização da COP15 no Pantanal é uma afirmação de que, ao combinar a preservação ambiental com o desenvolvimento sustentável, é possível garantir um futuro próspero tanto para as espécies migratórias quanto para as gerações futuras.
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