Com sucesso em transplante de rim, Santa Casa destaca falta de órgãos; 200 esperam transplante
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Equipe que realizou transplante de Vanildo. (Foto: Luciano Muta) |
Após quatro meses de retomar os transplantes de rim, a Santa Casa de Campo Grande, destaca o déficit de órgãos em Mato Grosso do Sul. Na fila, cerca de 200 pessoas, 20 aptas para passar pelo procedimento cirúrgico, mas não há órgãos compatíveis. O hospital destacou, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (3), a importância das famílias se sensibilizarem em relação a doação de órgãos e tecidos.
“Para a Santa Casa conseguir efetuar o maior número de transplantes e reduzir o número de pacientes renais crônicos no Estado, nós temos que ter os órgãos disponíveis e infelizmente não temos”, afirma a nefrologista Viviane Orro.
A médica acompanhou o transplante do metalúrgico Vanildo Pereira dos Santos, 47 anos, que recebeu o rim da esposa, Fabiana dos Santos, 42 anos, após dez anos fazendo hemodiálise. “Eu não acreditava no transplante, mas eu renasci. A equipe médica me transmitiu muita segurança e pra mim foi uma surpresa minha esposa ser compatível”, disse o homem, com pouco mais de um mês transplantado.
Vanildo segue se recuperando e passando por acompanhamento. “A vida dele é normal, ele precisa de um acompanhamento da equipe nesse primeiro mês com uma frequência maior, mas não está tendo indícios de rejeição. Basta tomar os devidos cuidados para o resto da vida”, explica.
De acordo com Viviane, os pacientes na fila passam, frequentemente, por um acompanhamento médico para serem reativados e assim, ficarem aptos a receber o órgão. “Estamos fazendo todo o estudo dos pacientes, avaliando de forma conjunta, multidisciplinar. Esses pacientes estão sendo reativados na fila do transplante, mas tem que haver a disponibilidade do órgão”, explica a médica.
Sobre a doação, a neufrologista explica a necessidade do doador se manifestar e também, da sensibilidade das famílias. “A pessoa tem que se manifestar que é um doador de órgãos e tecidos. A família naquele momento de perda fica com dificuldade de aceitar a morte e acaba negando. É importante desmistificar, quando há morte encefálica, a única forma de manter algo vivo daquela pessoa que a gente tanto ama, é poder doar um órgão dela que vai dar vida para outra pessoa”, diz. A especialista destaca: “A gente não sabe o dia de amanhã, se alguém da nossa família um dia vai precisar, então basta parar e pensar um pouco”.
Responsável pela urologia, o médico Adriano Augusto Lírio falou que toda equipe de urologia do hospital foi reestruturada. “Demoramos com o retorno dos transplantes porque estávamos entrando nos critérios do Ministério da Saúde, que pedia alguns detalhes para se adequar, como instalação e medicação. Nesse período a gente aproveitou e houve um aperfeiçoamento de toda a equipe da urologia”, explica Adriano.
O urologista explica que antes do transplante, o paciente passa por uma série de exames e até o próprio doador. “Você tem que ver também se o doador não vai ter prejuízo, se vai suportar uma cirurgia dessa, por isso as avaliações e exames são frequentes”, termina.
Fonte: Diário Digital
Por: Dayene Paz