Campo Grande (MS), Quarta-feira, 01 de Janeiro de 2025

“Se teve coisa errada, não foi da minha parte”, diz Puccinelli

03/08/2015

18:00

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Ex-governador afirma que secretarias e Agesul tinham autonomia para trabalhar 

(Foto: Victor Chileno)
O ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) assegura não estar apreensivo no que diz respeito à Operação Lama Asfática, da Polícia Federal, que levantou indícios de ilegalidades em contratos firmados com empreiteiras na gestão dele (2007-2014). Durante entrevista à imprensa após participar de reunião na sede regional do PMDB, na tarde desta segunda-feira, 3 de agosto, ele mencionou que, se houve qualquer prática irregular na formulação de contratos para obras públicas, não foi com o seu consentimento. "Se tem alguma coisa errada, não quero crer nisso, mas se teve, da minha parte não foi e espero que não tenha sido da parte de ninguém", afirmou. 

(Foto: Victor Chileno)

Puccinelli relatou que todas as secretárias de seu governo e inclusive a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) - responsável direta pelas obras públicas - tinham autonomia, cabendo a ele apenas repartir o dinheiro. Por determinação judicial, foram afastados quatro servidores da Agesul, que estariam envolvidos diretamente em fraudes nas licitações. “Eu não assinei nenhum contrato, não era fiscal, não era supervisor. Eles tinham autonomia total lá (...)”, disse admitindo que irregularidades podem ter ocorrido sem que ele soubesse. “Pode, mas não acho que fizeram isso.” 

Na avaliação de Puccinelli, as obras públicas colocadas em suspeição pela Polícia Federal não foram superfaturadas, mas custaram exatamente o que deveriam. Contudo, relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) já divulgados, apontaram superfaturamento, por exemplo, nas obras na rodovia MS-430 – que liga Rio Negro a São Gabriel D´Oeste. O empreendimento foi executado pela Proteco Construções, do empreiteiro João Amorim, que segundo a PF era favorecido em licitações direcionadas. 

Puccinelli desqualifica a atuação da CGU na fiscalização das obras. “A CGU não tinha competência para administrar porque não é verba federal. Mas, isso não vem ao caso”, respondeu sobre as constatações da Controladoria. Ele também desmentiu que obras de pavimentação nas rodovias estaduais tenham sido mal feitas. "Não tem buraco nenhum lá (...) Podem ir ver", sugeriu. 

Aquário do Pantanal – Outro empreendimento que caiu nas mãos da Proteco em uma operação considerada duvidosa foi o Aquário do Pantanal, obra emblemática da gestão Puccinelli para Campo Grande, que ainda está em edificação no Parque das Nações Indígenas. 

Segundo Puccinelli, a vencedora original da licitação para a obra, a Egelte, foi notificada várias vezes em função de não cumprir os prazos estabelecidos no cronograma. Na explicação dele, o governo queria que mais empresas participassem para que a obra fosse concluída a tempo. Porém, não havia interessados. “Outras empresas não quiserem pegar a bucha, porque o camarada não pegava nem fornecedores”, relembrou. 

A Proteco teria sido a única que se apresentou para assumir as obras no lugar da Egelte. Ele acredita que a subcontratação da Proteco tenha sido legal. “A Agesul acatou decisão jurídica e a Seop (Secretaria de Obras) homologou e me trouxeram (...) A Proteco foi a última que se dispôs a ajudar (...) Ninguém quis pegar e aí sobrou para a Proteco. A Justiça vai ver se o afastamento da empresa (Egelte) foi dentro da legalidade ou não. Eu creio que toda formalidade legal tenha sido cumprida.” 

O governador informou ainda que até agora não foi oficialmente citado pelas investigações da Polícia Federal. "Não fui indiciado, nem citado, só mencionado."


(Foto: Victor Chileno)


Fonte: Diário Digital
Por: Valdelice Bonifácio

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