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Para trazer prosperidade aos moradores de Corguinho e Rochedo e, ainda, aquecer a economia local, o grupo Dakila Pesquisas lançou esta semana, no dia 9 de setembro, a moeda Bônus Dourado Mercantil (BDM). O objetivo do projeto é trazer desenvolvimento local, já que, antes, os moradores viam-se obrigados a fazer as compras mensais mais importantes fora da cidade, ou seja, dispendiosas viagens até a capital, Campo Grande. Pratica essa que não mantinha o dinheiro nos municípios de pequeno porte e, consequentemente, desvalorizava o comércio local.
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A solenidade de lançamento da moeda social, o Dourado, foi realizada no prédio da Câmara Municipal de Corguinho. O mesmo ocorreu na cidade de Rochedo. Ambos as cerimônias contaram com a participação maciça de autoridades e da população em geral.
Essa última que, desde o ano de 2012, tem dado credibilidade a moeda social por perceber que não apenas contribui com o comércio como, sobretudo, deu suporte às rendas de muitas famílias que por um motivo ou outro tem passado por alguma dificuldade financeira. “Fizemos um projeto piloto em 2012 e observamos a circulação dessa moeda por quatro anos. Em 2016, recolhemos as cédulas para estudarmos os próximos passos. Agora, voltamos com esse lançamento para que a moeda volte a circular pelo comércio local. Em nosso atual projeto, inclusive, trabalhamos com um sistema de segurança para evitar fraudes”, explicou o mentor do projeto, o ufólogo Urandir Fernandes.
Na prática, o funcionamento de um banco social e a circulação da moeda é bem simples. No banco social, por exemplo, o consumidor pode trocar reais pela moeda social em circulação na sua comunidade. No comércio local, ele ganha desconto ao pagar com esse dinheiro. Já o comércio, se houver necessidade de efetuar compras fora da comunidade, pode desfazer a troca.
“O comerciante pode procurar o Grupo Dakila Pesquisas para conhecer o projeto. Geralmente, fazemos uma compra X, antecipada, de mercadorias e os pagamentos são feito em reais. Isso serve como um respaldo financeiro para as transações para quando os consumidores fizerem uso das moedas sociais. Dentro do estabelecimento, o comerciante tem o compromisso de oferecer descontos, bons preços, de modo que seja atrativo para o consumidor”, explica.
Urandir explica que a moeda social não substitui a moeda oficial brasileira, o Real.
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“A BDM tem o valor de um para um, ou seja, um Dourado equivale a um real dentro da comercialização proposta e aceita entre consumidores e comerciantes. A moeda, Dourado, não substitui a moeda oficial [Real]. Ela foi criada apenas para complementar o que já existe, servindo quase que como um sistema de troca de bens e serviços”.
Uma prática permitida por lei. O Banco Central do Brasil permite circulação de moedas sociais, emitidas por bancos comunitários, desde que com circulação apenas local e, que sejam lastreadas pelo Real. Para cada moeda social emitida, o emissor deve obrigatoriamente possuir R$ 1,00 em caixa. Em 2016, 104 moedas sociais já circulavam no Brasil, cada qual emitida por um banco comunitário.
Atualmente, no Mato Grosso do Sul, são cerca de 150 estabelecimentos comerciais que aceitam o Dourado (BDM). Desde total, 55 estão concentrados em Corguinho, cidade em que o projeto iniciou e que abriga a comunidade Zigurats, onde funciona o Projeto Portal, sob coordenação do Grupo Dakila Pesquisas.
Já os 95 comércios restantes estão distribuídos entre Rochedo, Terenos e Campo Grande.
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“Na Capital, temos dois comércios e oito estabelecimentos que vamos estudar uma parceria. Postos de gasolinas, mercados, restaurantes, lojas de roupas e calçados. Enfim, qualquer comércio pode fazer parte”.
Amplitude – A moeda social, também, terá lançamento oficial pelo Brasil afora. São esperadas uma cerimônia similar em Fortaleza, Estado do Ceará, e nos países vizinhos, Bolívia e Paraguai.
“Em novembro, faremos o lançamento nos dois países. Lá, também fizemos um projeto piloto similar, onde a moeda foi posta em circulação e depois recolhida. Em breve, faremos o lançamento em Fortaleza, cidade em que nós temos vários projetos sociais, em bairros, com agricultores familiares, artesãos e rendeiras, por exemplo”.
No início, Urandir lembra que os comerciantes tinham receio de aderir aos ousado projeto. “Os comerciantes tinha essa preocupação se a moeda iria ter lastro ou não. Mas, com o tempo eles sentiram que era algo seguro, viram que houve mais frequências de pessoas dentro dos seus estabelecimentos. Tanto que o fluxo de pessoas indo até Campo Grande caiu de 60 a 80%. Os moradores também viram viabilidade, comodidade e melhoria ao buscar produtos e serviços”.