SAÚDE
HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero
Prevenção é a melhor escolha. Saiba um pouco mais sobre a doença com especialistas da Rede Ebserh, dentre eles, médica do HU-UFGD
04/03/2024
12:25
ASSECOM
MARIA GORETI
HPV é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero
Nesta matéria, você vai ver:
É preciso estar alerta. O HPV é silencioso
70% das pessoas sexualmente ativas têm contato com o vírus pelo menos uma vez
Principal forma de prevenção é a vacinação
Além da vacinação, conheça alguns dos atendimentos oferecidos na área
O famoso ditado popular já alerta: “Prevenir é melhor que remediar”. A prevenção é o caminho mais seguro para evitar inúmeras doenças, entre elas, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Um exemplo muito comum é a provocada pelo Papilomavírus Humano, mais conhecido como HPV. Ele possui mais de 200 tipos e dois deles (16 e 18) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, que é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, de acordo com o Ministério da Saúde.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a população conta com serviços que auxiliam desde a prevenção, com atendimentos ambulatoriais e vacinas, até o tratamento da doença. E a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio de seus hospitais universitários, não só contribui com a assistência oferecida, mas também reforça a importância da informação por meio dos seus especialistas.
No dia 04 de março é comemorado o dia Internacional de Conscientização sobre o HPV e um tema tão relevante precisa chegar às Marias e aos Joãos espalhados pelo Brasil. Em São Luís, no Maranhão, a ginecologista e obstetra, especialista em Patologia Cervical, do Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), Geórgia Mouzinho, pontua que o HPV é um vírus de transmissão sexual, que afeta homens e mulheres e é responsável pela maioria dos casos de câncer de colo de útero. “No Maranhão, esse câncer é o segundo tipo que mais afeta as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama. Alguns estudos já mostram associação do HPV ao câncer de pênis e já está comprovado o aumento dos casos de câncer de reto por HPV, principalmente na população homoafetiva masculina”, explicou.
A especialista acrescenta que os mais de 200 tipos de HPV são classificados como oncogênicos (que causam câncer) e não oncogênicos (aqueles que podem causar verrugas), sendo que é possível estar infectado com mais de um tipo de HPV.
É preciso estar alerta. O HPV é silencioso
“A infecção do vírus é silenciosa, ou seja, não produz sintomas. A média de tempo entre a infecção e o surgimento da primeira lesão precursora do câncer é de 10 anos. Por isso é tão importante fazer o exame de prevenção ao câncer de colo de útero, de forma anual, a partir dos 25 anos. Esse exame, chamado preventivo ou papanicolau, rastreia as lesões precursoras do câncer. Uma vez diagnosticada, a paciente será tratada de acordo com o tipo de lesão”, afirmou Geórgia.
Para tanto, a ginecologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), Isabela Querido Lopes, acrescenta que o diagnóstico pode ser feito através de biópsia quando há lesão visível a olho nu (como as verrugas) ou microscopicamente através do exame de colposcopia, quando indicado. Esse último é um exame ginecológico que utiliza um aparelho com lentes de aumento para melhor avaliação da região em busca de lesões não identificadas a olho nu. “Na mulher há um ambiente mais favorável para o desenvolvimento e multiplicação do vírus, sendo mais comum complicações relacionadas a ela”, enfatizou.
70% das pessoas sexualmente ativas têm contato com o vírus pelo menos uma vez
Em Niterói, no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), Susana Aidé, que atua no Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e é professora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, acrescenta que a história natural da infecção pelo HPV se inicia na adolescência/adulto jovem (períodos do início da atividade sexual), época em que se observa o principal pico da infecção viral. Segundo ela, em torno de 70% das pessoas sexualmente ativas têm contato com o vírus pelo menos uma vez em suas vidas e destas, em torno de 90% eliminam o vírus de 1 a 3 anos. “Isto é, o próprio sistema imunológico destrói e elimina o vírus (o que chamamos de infecção transitória).
Segundo Susana, “aqueles indivíduos que mantêm a infecção de forma persistente, em torno de 10%, têm maior chance de desenvolverem lesões pré-malignas e cânceres. Ainda na infecção persistente, o vírus pode permanecer em sua forma latente sem causar doenças e, em dado momento, reativar e causar enfermidades”, enfatizou.
Susana reforça que não há tratamento para a eliminação do vírus. Os hábitos de vida saudáveis mantêm um sistema imunológico eficaz para eliminação viral. “Quando a infecção pelo HPV desenvolve as doenças, as tratamos com cirurgias, métodos destrutivos e uso de medicamentos tópicos, a depender da localização, extensão, estado imunológico, se grávida ou não. Estudos recentes mostram que a vacinação nas pessoas que trataram uma doença HPV têm menor chance de recidivas”, pontuou.
Principal forma de prevenção é a vacinação
E sabe onde a vacina pode ser encontrada? Ela é oferecida pelo SUS por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo disponibilizada a quadrivalente que contém partículas virais dos tipos 6, 11, 16 e 18.
A professora enfatiza que para que haja um impacto epidemiológico a curto prazo (prevenção da infecção viral e verrugas genitais), médio prazo (prevenção das lesões precursoras) e a longo prazo (redução dos casos de cânceres), como já se enxerga em países como Austrália, Canadá e Reino Unido, “é preciso alcançar e manter uma alta cobertura vacinal, acima de 90%, da população alvo”.
Susana alerta que a vacina está disponível para meninas e meninos de 9-14 anos com esquema de duas doses (0-6 meses); para pessoas com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou transplantados de medula óssea, pacientes oncológicos e imunossuprimidos com esquema de três doses (0, 2 e 6 meses); e para pessoas vítimas de violência sexual, sendo duas doses (0-6 meses) para 9-14 anos e três doses (0-2-6 meses) para pessoas de 15 a 45 anos de idade.
Além da vacinação, conheça alguns dos atendimentos oferecidos na área
O HU-UFMA, no Maranhão, possui um serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia - PTGIC - localizado na unidade Materno Infantil, onde recebe as mulheres com preventivos alterados e faz exames complementares para o diagnóstico e tratamento das lesões precursoras do câncer de colo de útero, vagina e vulva.
O Huap, em Niterói, tem como referência o Setor de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia que, entre outras patologias, é especializado em diagnosticar e tratar doenças pré-malignas HPV induzidas. A mulher é encaminhada ao setor com alterações citológicas no exame de preventivo. É submetida ao exame de colposcopia para confirmação do diagnóstico e planejamento do tratamento.
Na região Centro-Oeste, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) também realiza o exame de colposcopia de forma regulada via Sistema de Regulação -Sisreg.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
O famoso ditado popular já alerta: “Prevenir é melhor que remediar”. A prevenção é o caminho mais seguro para evitar inúmeras doenças, entre elas, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Um exemplo muito comum é a provocada pelo Papilomavírus Humano, mais conhecido como HPV. Ele possui mais de 200 tipos e dois deles (16 e 18) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, que é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, de acordo com o Ministério da Saúde.
Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a população conta com serviços que auxiliam desde a prevenção, com atendimentos ambulatoriais e vacinas, até o tratamento da doença. E a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio de seus hospitais universitários, não só contribui com a assistência oferecida, mas também reforça a importância da informação por meio dos seus especialistas.
No dia 04 de março é comemorado o dia Internacional de Conscientização sobre o HPV e um tema tão relevante precisa chegar às Marias e aos Joãos espalhados pelo Brasil. Em São Luís, no Maranhão, a ginecologista e obstetra, especialista em Patologia Cervical, do Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), Geórgia Mouzinho, pontua que o HPV é um vírus de transmissão sexual, que afeta homens e mulheres e é responsável pela maioria dos casos de câncer de colo de útero. “No Maranhão, esse câncer é o segundo tipo que mais afeta as mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama. Alguns estudos já mostram associação do HPV ao câncer de pênis e já está comprovado o aumento dos casos de câncer de reto por HPV, principalmente na população homoafetiva masculina”, explicou.
A especialista acrescenta que os mais de 200 tipos de HPV são classificados como oncogênicos (que causam câncer) e não oncogênicos (aqueles que podem causar verrugas), sendo que é possível estar infectado com mais de um tipo de HPV.
É preciso estar alerta. O HPV é silencioso
“A infecção do vírus é silenciosa, ou seja, não produz sintomas. A média de tempo entre a infecção e o surgimento da primeira lesão precursora do câncer é de 10 anos. Por isso é tão importante fazer o exame de prevenção ao câncer de colo de útero, de forma anual, a partir dos 25 anos. Esse exame, chamado preventivo ou papanicolau, rastreia as lesões precursoras do câncer. Uma vez diagnosticada, a paciente será tratada de acordo com o tipo de lesão”, afirmou Geórgia.
Para tanto, a ginecologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), Isabela Querido Lopes, acrescenta que o diagnóstico pode ser feito através de biópsia quando há lesão visível a olho nu (como as verrugas) ou microscopicamente através do exame de colposcopia, quando indicado. Esse último é um exame ginecológico que utiliza um aparelho com lentes de aumento para melhor avaliação da região em busca de lesões não identificadas a olho nu. “Na mulher há um ambiente mais favorável para o desenvolvimento e multiplicação do vírus, sendo mais comum complicações relacionadas a ela”, enfatizou.
70% das pessoas sexualmente ativas têm contato com o vírus pelo menos uma vez
Em Niterói, no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), Susana Aidé, que atua no Serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e é professora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, acrescenta que a história natural da infecção pelo HPV se inicia na adolescência/adulto jovem (períodos do início da atividade sexual), época em que se observa o principal pico da infecção viral. Segundo ela, em torno de 70% das pessoas sexualmente ativas têm contato com o vírus pelo menos uma vez em suas vidas e destas, em torno de 90% eliminam o vírus de 1 a 3 anos. “Isto é, o próprio sistema imunológico destrói e elimina o vírus (o que chamamos de infecção transitória).
Segundo Susana, “aqueles indivíduos que mantêm a infecção de forma persistente, em torno de 10%, têm maior chance de desenvolverem lesões pré-malignas e cânceres. Ainda na infecção persistente, o vírus pode permanecer em sua forma latente sem causar doenças e, em dado momento, reativar e causar enfermidades”, enfatizou.
Susana reforça que não há tratamento para a eliminação do vírus. Os hábitos de vida saudáveis mantêm um sistema imunológico eficaz para eliminação viral. “Quando a infecção pelo HPV desenvolve as doenças, as tratamos com cirurgias, métodos destrutivos e uso de medicamentos tópicos, a depender da localização, extensão, estado imunológico, se grávida ou não. Estudos recentes mostram que a vacinação nas pessoas que trataram uma doença HPV têm menor chance de recidivas”, pontuou.
Principal forma de prevenção é a vacinação
E sabe onde a vacina pode ser encontrada? Ela é oferecida pelo SUS por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo disponibilizada a quadrivalente que contém partículas virais dos tipos 6, 11, 16 e 18.
A professora enfatiza que para que haja um impacto epidemiológico a curto prazo (prevenção da infecção viral e verrugas genitais), médio prazo (prevenção das lesões precursoras) e a longo prazo (redução dos casos de cânceres), como já se enxerga em países como Austrália, Canadá e Reino Unido, “é preciso alcançar e manter uma alta cobertura vacinal, acima de 90%, da população alvo”.
Susana alerta que a vacina está disponível para meninas e meninos de 9-14 anos com esquema de duas doses (0-6 meses); para pessoas com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou transplantados de medula óssea, pacientes oncológicos e imunossuprimidos com esquema de três doses (0, 2 e 6 meses); e para pessoas vítimas de violência sexual, sendo duas doses (0-6 meses) para 9-14 anos e três doses (0-2-6 meses) para pessoas de 15 a 45 anos de idade.
Além da vacinação, conheça alguns dos atendimentos oferecidos na área
O HU-UFMA, no Maranhão, possui um serviço de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia - PTGIC - localizado na unidade Materno Infantil, onde recebe as mulheres com preventivos alterados e faz exames complementares para o diagnóstico e tratamento das lesões precursoras do câncer de colo de útero, vagina e vulva.
O Huap, em Niterói, tem como referência o Setor de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia que, entre outras patologias, é especializado em diagnosticar e tratar doenças pré-malignas HPV induzidas. A mulher é encaminhada ao setor com alterações citológicas no exame de preventivo. É submetida ao exame de colposcopia para confirmação do diagnóstico e planejamento do tratamento.
Na região Centro-Oeste, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) também realiza o exame de colposcopia de forma regulada via Sistema de Regulação -Sisreg.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Águas Guariroba atinge 200 quilômetros de rede de esgoto implantados em 2024
Leia Mais
Campo Grande ganha novo Centro de Convenções com foco em inovação e educação
Leia Mais
"Como aproveitar a Black Friday 2024 sem comprometer o orçamento: Dicas essenciais para compras inteligentes"
Leia Mais
Deputado Pedrossian Neto apresenta projeto que proíbe o uso de celulares em escolas de MS
Municípios