Capela que é cenário de lenda contada na região é rota de peregrinos.
Visitantes podem encontrar cachoeiras, grutas, canyons e parques naturais.
Cachoeira da Rapadura em Costa Rica (Foto: Weder Paes/Arquivo Pessoal)
Com atrativos que incluem uma tirolesa de 400 metros sobre a mata e uma capela que abriga um santo com fama de “fujão”, a cidade de Costa Rica, localizada a 384 quilômetros de Campo Grande, se encaixa no gosto dos mais variados tipos de turistas, do aventureiro ao religioso. No município, os visitantes também encontram parques naturais, cachoeiras, grutas e canyons.
José Joaquim de Melo, 73 anos, é morador da cidade e escutou da mãe a lenda sobre a imagem de um santo que "fugia" da igreja durante a noite. “Eles falavam que fizeram uma capela para ele, uma igrejinha, mas ele fugia para uma fazenda. Foram lá e cortaram a perna dele”, disse. “Minha mãe fez uma promessa que até hoje não sei qual foi. Ela foi andando até a capela, levando minha irmã de 2 anos”, conta.
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Imagem do São Bom Jesus conhecida como "Santo Fujão" (Foto: Weder Paes/Arquivo Pessoal) |
A demonstração de fé, segundo Melo, despertou o interesse em conhecer a igreja, tão falada pelos mais velhos em sua infância. “A gente vai crescendo e começa a querer ir. Já faz 15 anos que eu vou, todo ano”, relata.
Melo conta que prefere visitar o Santo Fujão no dia da festa dedicada a ele, fazendo, para isso, uma caminhada de quatro horas da casa onde mora até a igrejinha do Bom Jesus. “Sempre no dia 6 de agosto, que é o dia dele. Antes, viajava sozinho. Agora, outras pessoas começaram a ir também”, afirma Melo, que não abre mão de andar até o povoado onde fica a capela. “Agora tem carro, mas eu prefiro ir a pé. Enquanto eu puder andar, eu vou a pé”.
História real
De acordo com a secretaria de Turismo de Costa Rica, historiadores afirmam que a imagem estava, na verdade, no meio de uma disputa entre duas famílias que ficavam com as doações dos fiéis para o santo. Então, durante a noite, Bom Jesus era “furtado” e colocado no altar original, que ficava na fazenda de uma das famílias. A população criou a lenda para explicar o reaparecimento na propriedade.
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Larvas fazem cupinzeiros brilharem durante a noite (Foto: Simone Mamede/Arquivo Pessoal) |
Aventura
O roteiro em Costa Rica para quem gosta de esportes radicais é passar o dia no Parque Natural Municipal Salto do Sucuriú, localizado a três quilômetros do centro da cidade. As corredeiras do rio Sucuriú permitem a prática de rafting e a descida de rapel nos saltos Majestoso, que tem 64 metros de altura, e Saltinho, com 36 metros de queda d'água.
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Cachoeira no parque Salto do Sucuriú (Foto: Lígia Sabka/Tv Morena) |
No local, também é possível fazer trilhas em meio à vegetação é típica do cerrado. Depois, o turista faz um circuito de tirolesa. Na tirolesa da Libélula, são percorridos 70 metros; na do Tucano, 230 metros, e na da Andorinha, a maior delas, 400 metros. Todas passam por cima das árvores e cachoeiras existentes no parque.
Outra opção é o arvorismo. São nove estações onde o visitante percorre 171 metros sobre a copa das árvores preso a cabos de aço. Além das atrações turísticas, o parque tem estacionamento, lanchonete, banheiros, quadra para esportes, mirantes para contemplação de cachoeiras e quiosques perto de uma piscina natural.
Flutuação
Existem em Costa Rica dois locais onde os turistas tomam banho em lagoas em que não se afunda. O fenômeno, que segundo a secretaria de Turismo chama-se ressurgência, pode ser encontrado em dois locais.
O primeiro deles fica a 63 quilômetros da cidade, perto do distrito de Paraíso, e o outro a 35 quilômetros, próximo à capela do “Santo Fujão”.
Na região também é possível encontrar uma gruta chamada Tope de Pedra. Dentro dela existem inscrições rupestres. O local fica na borda da Serra das Araras, a 54 quilômetros do município.
Outra dica é visitar o Parque Nacional das Emas. Além de ser um local para contemplação durante o dia, por ter uma diversidade de fauna e flora local, também é um atrativo noturno. No local existem cupinzeiros que abrigam larvas que brilham em uma cor azul-esverdeada, para atrair as presas.
Conhecido cientificamente como bioluminescência e popularmente como “Luzes dos Chapadões”, o fenômeno transforma a escuridão com pequenos pontos luminosos, parecidos com luzes de natal.
Fonte: G1 MS
Por: Ricardo Campos Jr.