Campo Grande (MS), Terça-feira, 13 de Maio de 2025

Cid Gomes pede demissão após discutir com deputados na Câmara

18/03/2015

18:16

CMS

Ministro foi obrigado a se explicar depois de dizer que deputados 'achacam'. Ap�s deixar plen�rio, foi ao Pal�cio e pediu demiss�o a Dilma, que aceitou.

ministro da Educa��o, Cid Gomes

Depois de discutir com deputados no plen�rio e abandonar o recinto da C�mara em meio � sess�o na tarde desta quarta-feira (18/3), o ministro da Educa��o, Cid Gomes, foi ao Pal�cio do Planalto e pediu demiss�o � presidente Dilma Rousseff, que aceitou.

O pedido ocorreu logo depois de o ministro participar na C�mara dos Deputados de sess�o em que declarou que deputados �oportunistas� devem sair do governo.

"A minha declara��o na C�mara, � �bvio que cria dificuldades para a base do governo. Portanto, eu n�o quis criar nenhum constrangimento. Pedi demiss�o em car�ter irrevog�vel", declarou o ministro.

Do plen�rio, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha, chegou a anunciar a demiss�o antes mesmo de ter sido oficializada. "Comunico � Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil [ministro Aloizio Mercadante] comunicando a demiss�o do ministro da Educa��o, Cid Gomes", anunciou Cunha no plen�rio.

Depois, a Presid�ncia da Rep�blica divulgou nota oficial com o seguinte teor: "O ministro da Educa��o, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de mar�o, seu pedido de demiss�o � presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedica��o dele � frente da pasta."

No Pal�cio do Planalto, ap�s ter pedido demiss�o, Cid Gomes falou em defesa da presidente Dilma Rousseff, que ele disse considerar ter �as qualidades necess�rias� para governar o pa�s.

Na garagem privativa do pal�cio, ele classificou a presidente como uma pessoa �s�ria� e avaliou que o combate � corrup��o adotado pelo governo �fragilizou� a rela��o dela com boa parte dos partidos.

�O que a Dilma est� fazendo � limpar o governo do que est� acontecendo de corrup��o. Essa crise de corrup��o � uma crise anterior a ela. Ela est� limpando e n�o esta permitindo isso. Ela est� mudando isso. E isso, �bvio, cria desconforto�, afirmou. �Voc�s viram quantos deputados do PP recebiam mensalidade de um diretor da Petrobras? Isso � que era a base do poder e ela [Dilma] est� mudando isso�, disse Cid Gomes, ao citar a lista de pol�ticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvido com o esquema de corrup��o revelado pela Opera��o Lava Jato.

O agora ex-ministro da Educa��o completou ao dizer que o Congresso Nacional virou o �antipoder� e aposta no �quanto pior, melhor�, frase repetida diversas vezes pela presidente Dilma ao falar �dos que pregam a instabilidade institucional� no pa�s.

�Eu considero o Legislativo fundamental para a democracia. O que � lament�vel � a sua composi��o, a forma do parlamento se relacionar com o poder. Virou o antipoder. Ou tomam parte do poder ou apostam no quanto pior, melhor para assumir o poder�, completou.

O ministro tamb�m disse "lamentar" pela educa��o por deixar o cargo neste momento. �Lamento muito. Agrade�o, mas estou aqui entregando o cargo de ministro. [...] Estou feliz. Lamento pela educa��o do Brasil, porque tem muito o que fazer e eu estava entusiasmado. Mas, enfim, a conjuntura pol�tica impede a minha presen�a�, disse.

PMDB

O l�der do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que, se Dilma n�o demitisse Cid, passaria uma mensagem de que �concorda� com a declara��o do ministro de que �muitos� deputados da base t�m �postura de oportunismo�.

�A presidente Dilma � uma pessoa com forma��o democr�tica. N�o esper�vamos outra atitude que n�o fosse essa. A posi��o correta era fazer. N�o tomar essa atitude seria uma mensagem muito ruim, de que o governo concorda com essa atitude�, disse.

Pouco antes de anunciar a demiss�o do ministro, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha, colocou em vota��o um projeto que estende a pol�tica de valoriza��o do sal�rio m�nimo aos aposentados, proposta que contraria fortemente o governo.

Depois do telefonema de Mercadante a Cunha, o PMDB anunciou acordo com o governo para adiar a vota��o. �Vamos deixar que o governo negocie uma proposta para os aposentados�, disse Picciani.


A sess�o

Cid Gomes deixou o plen�rio da C�mara depois de ter sido criticado por mais de uma hora pelas lideran�as partid�rias. A ofensiva dos deputados ocorreu depois de o ministro afirmar que deputados da base aliada que t�m cargos na administra��o federal deveriam "largar o osso".

Cid Gomes foi convocado pelos deputados devido a uma declara��o de que a C�mara tem "uns 400 deputados, 300 deputados" que "achacam", dada durante um evento do qual participou no �ltimo dia 27 na Universidade Federal do Par�.

O ministro iniciou a fala dizendo que "respeita" o Congresso e admitindo que deu a declara��o. Ele tentou justificar a fala afirmando que era uma posi��o "pessoal" e n�o como ministro de Estado, quando come�ou a receber cr�ticas de parlamentares presentes.

Diante das manifesta��es em plen�rio, Cid subiu o tom e chegou a apontar o dedo ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que prefere ser acusado pelo peemedebista de ser "mal educado", a ser acusado de "achacar" empresas, no esquema de corrup��o da Petrobras.

�Eu fui acusado de ser mal educado. O ministro da Educa��o � mal educado. Eu prefiro ser acusado por ele [Eduardo Cunha] do que ser como ele, acusado de achaque, que � o que diz a manchete da Folha de S.Paulo�, afirmou Cid Gomes.

Ele disse ainda que "muitos" parlamentares que integram a base de sustenta��o do governo agem com "oportunismo". Cid tamb�m apontou o dedo em dire��o ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha,

As declara��es geraram fortes ataques dos parlamentares em plen�rio. Lideran�as da base aliada e da oposi��o pediram a demiss�o do ministro. Em meio �s cr�ticas, ele deixou o plen�rio e foi indagado por jornalistas se pediria demiss�o, conforme os apelos feitos pelos deputados.

O ministro respondeu que, se fosse pedir demiss�o, n�o anteciparia o fato � imprensa. �A presidenta resolver� o que vai fazer. O lugar � dela, sempre foi dela. E eu aceitei, para servir, porque acredito nela. Se eu fosse pedir demiss�o, eu n�o teria, por dever de �tica, antecipar�, afirmou.

O ministro explicou ainda que deixou o plen�rio antes do t�rmino das falas dos l�deres partid�rios porque se sentiu �agredido�. �Eu fui convocado, n�o estava no meu desejo. J� tinha vindo aqui na C�mara duas ou tr�s vezes para conversar com os deputados. Comecei a minha vida no parlamento e respeito o parlamento. Agora, infelizmente fui convocado e agredido. Nessa condi��o penso eu que estou liberado�, declarou.

Cid Gomes deixou a C�mara dirigindo o pr�prio carro e com um sorriso no rosto, enquanto apoiadores que vieram do Cear� para acompanhar o pronunciamento dele gritavam palavras de apoio.

Nota oficial

Leia abaixo a �ntegra da nota oficial divulgada pela Presid�ncia da Rep�blica


NOTA OFICIAL

O ministro da Educa��o, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de mar�o, seu pedido de demiss�o � presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedica��o dele � frente da pasta.

Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunica��o Social
Presid�ncia da Rep�blica



Fonte: Do G1, em Bras�lia
Por: Nathalia Passarinho, Fernanda Calgaro e Filipe Matoso

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