Campo Grande (MS), Quinta-feira, 30 de Outubro de 2025

ALCINÓPOLIS| Entrevista do mês: Lílian Flávia Muller, Especialista de Educação, supervisora pedagógica das escolas municipais

07/05/2018

13:36

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Lilian Fl�via Muller �Divulga��o
�A educa��o � a arma mais poderosa que voc� pode usar para mudar o mundo�. Com esta frase de Nelson Mandela, come�amos a nossa Entrevista do M�s com Lilian Fl�via Muller, que � Especialista de Educa��o, supervisora pedag�gica das escolas municipais de Alcin�polis. 
�Divulga��o
Recentemente, Lilian concluiu o Mestrado Profissional em Educa��o pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, onde concorreu com 126 profissionais para 15 vagas. Depois de passar pelas etapas de entrega e an�lise de documentos que comprovavam a forma��o, Curr�culo Lattes e memorial formativo; Prova Escrita; Projeto de Pesquisa e Entrevista, foi aprovada e classificada em 2� lugar.

Confira abaixo a entrevista: 

Prefeitura: Qual crit�rio usou para a escolha do curso? 

Comecei a investigar na internet as Universidades P�blicas que ofertavam o Mestrado no nosso estado, pois nas institui��es particulares o investimento � muito alto e n�o tem o mesmo reconhecimento. Achei muito interessante a proposta do Mestrado Profissional da UEMS em Educa��o, e escolhi porque acreditava que teria mais prest�gio do que o Mestrado Acad�mico. Este programa tem a mesma estrutura do acad�mico, mas com uma miss�o a mais, al�m de compor a Disserta��o, � exigido a apresenta��o de uma Proposta de Interven��o para a educa��o b�sica, o que beneficia a sociedade.

Prefeitura: O que mais te impulsionou a ingressar no mestrado?

Lilian: A busca pelo aperfei�oamento profissional � sempre uma constante em minha vida e o Mestrado era um dos meus muitos sonhos, uma meta de vida desde quando eu era professora, no entanto, ao assumir o concurso de Especialista de Educa��o na Secretaria Municipal de Educa��o, esse desejo tornou-se uma necessidade, visto que, passei a trabalhar com a forma��o de professores, o que � um grande desafio. 

Quando era professora de L�ngua Portuguesa do 9� ano me sentia incomodada com as cobran�as para melhorar o IDEB (�ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica), m�dia da Avalia��o Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), popularmente conhecida como Prova Brasil, que traz uma carga de responsabilidade muito grande, a qual recai principalmente sobre os professores de L�ngua Portuguesa e Matem�tica do 9� ano e regente do 5� ano. Eu ficava inconformada com o fato da melhora do �ndice ser colocada como uma condi��o para garantia de direitos em rela��o � valoriza��o profissional. E foi essa vontade de compreender a pol�tica de avalia��o em larga escala e colaborar com o trabalho dos professores da rede municipal de ensino, que me impulsionou a ingressar no Mestrado.

Prefeitura: Qual foi a sua abordagem de pesquisa?

Minha orientadora da pesquisa sugeriu que eu investigasse a Avalia��o Nacional da Alfabetiza��o, que tamb�m � uma avalia��o externa, que avalia as crian�as do ciclo de alfabetiza��o com m�dia de 8 anos de idade, pelo fato de atuar como Coordenadora Local do Pacto Nacional pela Alfabetiza��o na Idade Certa no munic�pio e por ser a mais recente avalia��o do Saeb (Sistema de Avalia��o da Educa��o B�sica), pois j� havia muitas pesquisas publicadas sobre o IDEB e eu aceitei o desafio.

Prefeitura: Como foi a sua experi�ncia durante os anos do curso? 

Desde o momento da aprova��o no Mestrado a minha vida come�ou a mudar. J� tinha o apoio do meu marido, filho e m�e desde que decidi tentar a vaga, mas foi preciso come�ar a planejar as mudan�as que ocorreriam na nossa rotina, porque eu teria que frequentar as aulas em Campo Grande-MS, ter momentos de concentra��o para os estudos - a minha decis�o e aus�ncia mudou inclusive a programa��o da vida deles. 

Foram mais de dois anos de muito estudo, esfor�o e disciplina, tive que abrir m�o de momentos de descanso, lazer, conv�vio com familiares e amigos. Foram muitas noites sem dormir, muito complicado tamb�m conciliar fam�lia, afazeres da casa e o trabalho com os estudos, mas gra�as a Deus, familiares, amigos e tamb�m ao apoio dos colegas de trabalho e gestores (Secret�rias de Educa��o Sara Geraldi e M�rcia Izabel e Prefeitos Ildomar Carneiro e Dalmy Cris�stomo) foi poss�vel concluir o mestrado. Ali�s, cabe mencionar a import�ncia da participa��o da Secret�ria de Educa��o M�rcia Izabel de Souza e do t�cnico da SEMED Jesus Aparecido de Lima no ato da Defesa da minha Disserta��o, atitude que foi elogiada pelo Programa e de alegria para mim. 

Tenho muito a agradecer a muitas pessoas que diretamente e indiretamente colaboraram comigo, em especial aos professores do Mestrado, familiares, amigos, aos sujeitos da pesquisa, alfabetizadoras, coordena��o pedag�gica e dire��o escolar da EMAC e EERCC e a Coordenadora Geral do PNAIC em MS Profa. Dra. Regina Aparecida Marques da UFMS.

Aprendi muito no Mestrado, conquistei novas amigas, tive excelentes professoras e a excelente orienta��o da Profa. Dra. Vilma Miranda de Brito, que tenho eterna gratid�o. Frequentar as aulas era muito complicado, pude contar com a ajuda inclusive da Secretaria de Sa�de e motoristas, visto que as aulas eram semanais e os hor�rios de �nibus n�o correspondiam ao cronograma. 

Com certeza as palavras gratid�o, conhecimento, amizade, resili�ncia, transforma��o e realiza��o resumem a experi�ncia do mestrado. 

Prefeitura: Como este mestrado far� a diferen�a em sua vida pessoal e profissional?

Na verdade, o Mestrado desde o in�cio come�ou a fazer diferen�a na minha vida pessoal e profissional, com certeza tornei-me uma pessoa mais forte, segura e determinada � as dificuldades nesse per�odo foram muitas, mas tamb�m houve momentos de alegria; muito do que ia aprendendo nas aulas, nas pesquisas e estudos e tamb�m na intera��o com meus colegas de curso, j� passava a por em pr�tica no meu trabalho. Durante o per�odo do Mestrado participei de eventos cient�fico-acad�micos apresentando o resultado das pesquisas e experi�ncias e tamb�m divulgando o nosso munic�pio. 

Nas forma��es com os professores da rede municipal j� contemplei dados e estudos do Mestrado e quando colocar em a��o a Proposta de Interven��o apresentada ao Programa e Banca, com certeza conseguirei contribuir muito mais, al�m de divulgar aos meus colegas de trabalho e sociedade os resultados da pesquisa, porque n�o faz sentido obter conhecimento e n�o compartilh�-los. 

Prefeitura: Quais os planos para a sua carreira profissional? 

S�o muitos, eu vivo fazendo planos. Estudar, continuar me aperfei�oando para me tornar uma pessoa e profissional melhor a cada dia � a minha busca incessante. Penso em futuramente ingressar no Doutorado, mas hoje a minha prioridade � colaborar com a educa��o do nosso munic�pio. Tenho convic��o da import�ncia da educa��o na vida das pessoas, pois a educa��o transforma, nos prepara para a vida em sociedade.

Prefeitura: quais s�o seus sonhos para a educa��o em Alcin�polis?

Sonho que todas as crian�as de escola p�blica tenham educa��o de qualidade, n�o que obtenham boas notas nas avalia��es externas que avaliam algumas habilidades de Linguagem e Matem�tica, mas que sejam o principal foco da escola e tenham os direitos de aprendizagem garantidos, nas m�ltiplas dimens�es do conhecimento, tornando-se aut�nomas, cr�ticas e conscientes do papel na sociedade, que saibam respeitar as diferen�as, ajudar o pr�ximo e assim teremos uma sociedade mais justa e promissora. 

Tamb�m � um sonho a valoriza��o profissional, pois n�s professores, somos profissionais 24 horas por dia, acordamos e dormimos pensando na educa��o das crian�as, na nossa miss�o, estamos sempre estudando, deixando muitas vezes a nossa fam�lia em segundo plano e infelizmente, esse esfor�o n�o � muito reconhecido.

Prefeitura: qual mensagem voc� gostaria de deixar para os nossos leitores?

Espero que essa minha conquista seja motiva��o para outros professores e a grande certeza que tive no mestrado � que ainda h� muito que aprender, transformar e amadurecer. Coloco-me como uma eterna aprendiz e encerro valendo-me das s�bias palavras de Paulo Freire: �Ningu�m ignora tudo. Ningu�m sabe tudo. Todos n�s sabemos alguma coisa. Todos n�s ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. (Pedagogia do Oprimido, 1983).

ASSECOM

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